Estudo da variabilidade e da herdabilidade das regiões heterocromática e eucromática do cromossomo Y humano
Resumo
Resumo: Considerando que o cromossomo Y se constitui num excelente material para o estudo do polimorfismo cromossômico no homem, verificamos se as variações nele observadas, são devidas, somente as variações da região heterocromática, ou, se a região eucromática (definida como toda região do cromossomo Y, que não a banda-C terminal) também contribui para que as mesmas ocorram. Estimou-se a herdabilidade através do coeficiente de regressão, das variações do tamanho de ambas as regiões, e do Y total em 30 famílias (15 Japonesas e 15 Caucasoides, cada uma constituída pelo pai e um filho). A amostra foi constituída por 30 Japoneses e 30 Caucasoides da população de Curitiba. De 15 indivíduos de cada um dos grupos raciais, foi coletado o material de um filho para análise da herdabilidade. Culturas temporárias de leucócitos de sangue periférico foram feitas segundo o método convencional, e, as bandas-C, analisadas quantitativamente, foram obtidas de acordo com o método de SUMNER (1972). Empregou-se o método desenvolvido por ERDTMANN e cols. (1978), para a correção do estágio de contração dos cromossomos metafásicos. Os principais resultados e conclusões foram os seguintes: 1- Os coeficientes de correlação (r), calculados entre os valores das regiões heterocromática, eucromática e os do Y total, e, entre os de ambas as regiões, foram: 0,91, 0,54 e 0,13 respectivamente. Os dois primeiros significativos a nível de 0,001. Isto demonstra que, as alterações do tamanho do cromossomo Y são devidas tanto as variações da região heterocromática, como da eucromática, sendo menor a contribuição desta ultima região. Os tamanhos das regiões heterocromática e eucromática variam independentemente. A análise da herdabilidade indicou os seguintes valores: heterocromatina = 0,88; eucromatina = 0,62 e Y total = 0,82 (significativos a nível de 0,001). Da mesma forma, os coeficientes de correlação (r) foram, respectivamente, os seguintes: 0,86; 0,66 e 0,81 (significativos ao nível de 0,001). Portanto, os valores encontrados nos pais e filhos não só variam em conjunto (alta correlação), como também a maior parte da variação encontrada entre ou nas famílias pode ser atribuída a diferenças genéticas (alta herdabilidade). O tamanho absoluto das regiões heterocromática, eucromática e do Y total de Japoneses e Caucasoides, foram os seguintes: Heterocromatina: Japoneses, X = 1,377±0,254; Caucasoides, X = 1,245±0,173. t = 2,357, P<0,05; Eucromatina: Japoneses, X = 1,03 6±0,121; Caucasoides, X = 1 ,009±0,105. t = 0,931, P>0,05. Estes resultados permitem concluir que, a diferença entre o tamanho médio do cromossomo Y de Japoneses e Caucasoides, é devida, somente, as diferenças da região heterocromática. 4- Em ambos os grupos raciais, a região heterocromática representa, em media, cerca de 55% do tamanho do cromossomo Y.
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