Efeitos do organofosforado paration metílico na morfologia e ultraestrutura branquial do Pacu Metynnis roosevelti Eigenmann, 1915, e suas implicações ecotoxicológicas
Resumo
Resumo: As brânquias do pacu Metynnis roosevelti assemelham-se às da maioria dos teleósteos de água doce. O epitélio que reveste as lamelas respiratórias é simples pavimentoso, e sua superfície externa é lisa, sem microssaliências. O grande número de lamelas respiratórias e filamentos branquiais longos estão de acordo com o comportamento bastante ativo desta espécie. A pouca quantidade de células de cloreto, distribuídas apenas no epitélio do filamento branquial, sugere que as funções desempenhadas por estas células sejam realizadas também pelas células pavimentosas do epitélio respiratório. Células secretoras de muco, identificado como glicosaminoglicana ácida sulfatada e carboxilada, estiveram presentes nas regiões interlamelares. Visando investigar os efeitos de um organofosforado sobre as brânquias de um peixe nativo, exemplares do pacu Metynnis roosevelti foram expostos a doses letais (7 ppm) e subletais (1 ppm) de Mentox 600 CE, cujo princípio ativo é o Paration metílico. Observações em Microscopia Óptica evidenciaram enrugamento do epitélio das brânquias, seguido de descolamento do epitélio respiratório e hiperplasia, caracterizada por multiplicação celular sobre a superfície respiratória dos peixes. Estas alterações, acompanhadas por hipersecreção de muco que foi encontrado por sobre as lamelas respiratórias, foram observadas em peixes expostos a 7 ppm do organofosforado e podem ter sido a causa da morte dos animais. Na concentração 1 ppm, as alterações foram semelhantes, mas surgiram após período de tempo maior. Nesta concentração, foi realizado um estudo ultraestrutural, através da Microscopia Eletrônica de Varredura, que indicou alterações na morfologia externa dos filamentos branquiais, como desorganização e consequente perda das microssaliências. Os resultados mostram que, mesmo em doses subletais, o organofosforado poderá levar o animal a sofrer consequências secundárias decorrentes das alterações da superfície de trocas gasosas e iônicas. Abstract: Gills are vital structures for fish, as they are the main site for gaseous exchange as well as partially responsible for osmorregulation, acid-base equilibrium, excretion of nitrogenous compounds and taste. To allow so many different functions they show many specialized cells and structures in the region of the arches and of the branchial filaments with respiratory lamellae. Gills of aquatic animals may indicate water quality as they are in close contact with the environment. Thus, chemicals in the water may alter the normal morphology of fish branquial cells that are, therefore, a useful model for environmental impact and ecotoxicology studies. The gills of Metynnis roosevelti, the brasilian native fish "Pacu", are similar to those of other Teleosteans. Arches and filaments epithelium is stratified and squamous cells at the surface are polygonal with concentric microridges. Microridges are not seen at the epithelial surface of respiratory lamellae. Chloride cells are rare and occur only at the filaments. Mucus secretory cells, in the interlamellar region, produce acid glycosaminoglycans. In order to investigate the effects of an organophosphorous compound, Methyl Parathion, on the branquiae of fish, Metynnis roosevelti were exposed to a lethal (7 ppm) and a sublethal (1 ppm) concentration of Mentox 600 CE. Through optical and scanning electron microscopy the wrinkling of the branchial epithelium, followed by detachment and hyperplasia were observed. Externally, gill filaments presented the gradual disappearance of microridges. One can conclude that, even in sublethal concentrations, the organophosphorates will diminish health and fitness of these fish. This is a consequence of secondary effects derived from important changes at the gill epithelium, responsible for providing adequate levels of oxygen and ionic balance of the whole organism.
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