Análise da concordância entre índice de resistência e índice de pulsatilidade em gestações normais e com restrição de crescimento intrauterino
Resumo
Resumo: Introdução: A restrição de crescimento intrauterino (RCIU) é uma das complicações mais comuns da gestação, sendo a insuficiência placentária sua principal causa. A RCIU aumenta os riscos de morte intrauterina e de morbimortalidade neonatais. O estudo Doppler é o suporte principal para o manejo da RCIU e reflete a sequência fisiopatológica da deterioração fetal. A busca por um biomarcador preditor de resultados perinatais adversos é constante. Pode ser que a relação cerebroplacentária seja um destes biomarcadores? Que nos auxilie na determinação do diagnóstico e na conduta destes casos? Objetivo: Avaliar o grau de concordância entre os índices de resistência (IR) e de pulsatilidade (IP) no diagnóstico da alteração da hemodinâmica fetal, utilizando o índice de pulsatilidade e a classificação de RCIU proposta por Gratacós como padrão ouro. Calcular a sensibilidade, especificidade, valores preditivos e acurácia do índice de resistência e a relação umbilicocerebral para identificar fetos com alterações Dopplerfluxométricas. Material e Método: Estudo observacional, descritivo e retrospectivo, realizado em material de arquivo de uma clínica privada de medicina fetal em Curitiba (Fetalmed) e do Serviço de Medicina Fetal do Departamento de Tocoginecologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná-UFPR em Curitiba. Foram analisados 502 exames de ultrassonografia obstétrica com estudo Doppler de 274 gestantes. Foi realizada a avaliação da ocorrência de RCIU, os critérios de Gratacós e Figueras de 2014 foram considerados. Resultados: Das 502 avaliações por Doppler, houve concordância entre U/C e percentil RCP para 480 (95,6%) exames e discordância em 22 (4,4%). Em todos os casos de discordância a avaliação por U/C foi "normal" e a avaliação pelo percentil RCP foi "alterado". O índice de concordância de Kappa estimado foi de 0,26 com intervalo de 95% de confiança dado por 0,05 a 0,46 (concordância fraca). Conclusão: Observamos evidências de expressiva associação positiva entre o Índice de Resistência (IR) e o Índice de Pulsatilidade (IP), cujos índices encontram-se concordes com a literatura com significância estatística. A relação U/C apresentou uma moderada sensibilidade com alta especificidade e acurácia para identificar fetos com alterações Dopplerfluxométricas. A relação cerebroplacentária prediz possíveis alterações fetais e neonatais com maior precocidade do que a relação umbilicocerebral. Abstract: Introduction: Intrauterine growth restriction (IUGR) is one of the most common complications of pregnancy, with placental insufficiency being its main cause. IUGR increases the risks of intrauterine death and neonatal morbidity and mortality. The Doppler study is the main support for the management of IUGR and reflects the pathophysiological sequence of fetal deterioration. Purpose: To assess the degree of agreement between resistance and pulse rate (PI) indexes in the diagnosis of fetal hemodynamics, using the pulsatility index and the IUGR classification proposed by Gratacós as gold standard, calculate the sensitivity, specificity, predictive values and accuracy of the resistance index and the umbilicocerebral relationship to identify fetuses with Dopplerfluxometric alterations. Material and Method: Observational, descriptive and retrospective study, carried out in archive material of a private clinic of fetal medicine in Curitiba (Fetalmed) and of the Fetal Medicine Service of the Department of Tocoginecology of the Clinical Hospital of the Federal University of Paraná-UFPR in Curitiba. Five hundred and two obstetrical ultrasound scans with Doppler study of 274 pregnant women were analyzed. To evaluate the occurrence of IUGR, the criteria of Gratacos and Figueras, from 2014, were considered. Results: Of the 502 Doppler evaluations, there was agreement between U/C and CPR percentile for 480 (95.6%) examinations and discordance in 22 (4.4%). In all cases of disagreement the U/C evaluation was "normal" and the evaluation by the CPR percentile was "altered". The Kappa concordance index estimated was 0.26 with 95% confidence interval given by 0.05 to 0.46 (weak agreement). Conclusion: We observed evidence of an expressive positive association between the Resistance Index (RI) and the Pulsatility Index (PI), whose indexes are in agreement with the literature with statistical significance The Umbilicocerebral ratio presented a moderate sensitivity with high specificity and accuracy to identify fetuses with Doppler fluxometric alterations. Cerebroplacental ratio predicts possible fetal and neonatal changes with greater precocity than the Umbilicocerebral relationship.
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