Ontohate : uma ontologia do discurso de ódio em plataformas digitais no Brasil
Resumo
Resumo: O discurso de ódio online é um fenômeno complexo, dinâmico e multifacetado, que além de alimentar estereótipos e construir percepções negativas e errôneas de certos coletivos (negros, mulheres, comunidade LGBTQIA+, pessoas com deficiência, entre outros), tem potencial de causar danos a indivíduos e grupos por questões de afetividade, afiliação, atributos, disposição e conduta. No Brasil, relatórios de Plataformas Digitais como Facebook®, Twitter® e Youtube®, pesquisas acadêmicas e estudos de organizações de Direitos Humanos confirmam uma eclosão de discurso odiento em rede e reforçam as dificuldades em moderar este tipo de conteúdo. Entre os aspectos que complicam a moderação e o avanço em políticas de educação à tolerância na Internet está justamente a ambiguidade do termo "discurso de ódio". A literatura sobre o tema não apresenta um conceito unificado e outras formas de conteúdo abusivo estão sendo associadas ao termo. Esta tese tem como objetivo elaborar um modelo conceitual baseado em ontologias sobre o domínio "discurso de ódio online", manifestado em língua portuguesa, no Brasil. Para tanto, usa da metodologia Ontoforinfoscience, do software Onto4alleditor e da Unified Foundational Ontology (UFO), reutilizando classes da ontologia de domínio Gender, Sex, and Sexual Orientation (GSSO) ontology e relações da Relation Ontology (RO) para modelar o domínio. De forma prática, a tese estrutura e formaliza o ecossistema do discurso de ódio produzido, compartilhado e mantido no Facebook, Twitter e Youtube na ONTOHATE, uma ontologia composta por 171 classes, 13 relações e 10 instâncias em Ontology WebLanguage (OWL). Oferece também um léxico com 3.178 termos candidatos a ampliação da ontologia, oriundos de bases de dados anotadas. A expectativa é que a partir da representação do domínio, a ONTOHATE forneça base de conhecimento do domínio, auxilie na manutenção e ampliação de políticas de moderação, como suporte jurídico ou até mesmo na criação e aplicação de leis que coíbam a prática no ciberespaço. Abstract: Online hate speech is a complex, dynamic and multifaceted phenomenon that, in addition to feeding stereotypes and building negative and erroneous perceptions of certain groups (black peoples, women, the LGBTQIA+ community, people with disabilities and others), has the potential to cause harm to individuals and groups for reasons of affectivity, affiliation, attributes, disposition and conduct. In Brazil, reports from digital platforms such as Facebook®, Twitter® and Youtube®, academic research and studies by Human Rights organizations confirm an outbreak of hateful speech on the networkonline and reinforce the difficulties in moderating this type of content. Among the aspects that complicate moderation and progress in education policies to tolerance on the Internet is precisely the ambiguity of the term "hate speech". The literature on the subject does not present a unified concept and other forms of abusive content are being associated with the term. This thesis aims to develop a conceptual model based on ontologies about the domain "hate speech online", expressed in Portuguese, in Brazil. To do so, it uses the Ontoforinfoscience methodology, the Onto4alleditor software and the Unified Foundational Ontology (UFO), reusing classes from the Gender, Sex, and Sexual Orientation (GSSO) ontology and relationships from the Relation Ontology (RO) to model the domain. In a practical way, the thesis structures and formalizes the hate speech ecosystem produced, shared and maintained on Facebook, Twitter and Youtube in ONTOHATE, an ontology composed of 171 classes, 13 relationships and 10 instances in Ontology Web Language (OWL). It also offers a lexicon with 3.178 candidate terms to expand the ontology, derived from annotated databases. The expectation is that from the domain representation, ONTOHATE will provide a knowledge base of the domain, collaborate in the maintenance and expansion of moderation policies, as legal support or even in the creation and application of laws that prohibit the practice in cyberspace.
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- Teses [26]