Estudo anatômico da drenagem venosa do baço e sua segmentaçao
Resumo
Resumo: A anatomia arterial do baço tem sido exaustivamente estudada, sendo rica a literatura sobre esse assunto. Acreditamos, todavia, que haveria necessidade de um estudo pormenorizado da anatomia venosa desse órgão, no sentido de trazer novos subsídios tanto para o campo da anatomia como para o da cirurgia, que atualmente tende a ser mais conservadora, devido à importância imunológica do baço.
Após celiotomia ampla em cadáveres adultos, 40 baços foram retirados em bloco com o pâncreas e injetados com acetato de vinila, através da veia esplênica, e corroídos em ácido muriático. Os moldes vinílicos obtidos foram analisados, enfocando-se as raízes formadoras da veia lienal, a segmentação venosa do baço, a drenagem venosa de cada segmento, sua disposição em relação ao maior eixo do órgão, bem como a presença de anastomoses que porventura fossem encontradas.
Verificamos que a veia lienal é formada em 60,0% dos casos pela confluência de 2 raízes e em 40,0% por 3 raízes. No que diz respeito ã segmentação venosa, observamos que o número de segmentos venosos pode variar de 2 a 5. Em 32,5% dos casos verificamos a presença de 3 segmentos e em 40,0% a existência de 4 segmentos. Esses segmentos podem sobrepor-se segundo o maior eixo do órgão, sendo essa configuração anatômica evidenciada em 87,5% dos espécimes estudados.
Uma vez estabelecida a distinção entre raízes e radículas, notamos que os segmentos venosos podem ser drenados exclusivamente por raízes em 47,5% dos casos, por radículas em 30,0% dos baços estudados e por ambas em 22,5%. A presença de anastomoses foi verificada em 7,5% dos espécimes, entre raízes e radículas.
Concluímos que o baço, tal qual os rins, o fígado e os pulmões, é dotado de segmentos vasculares. Quanto aos segmentos venosos, seu número varia de 2 a 5, drenados por raízes, radículas ou ambas, e se encontram sobrepostos em relação ao maior eixo do órgão, na grande maioria dos casos. A veia esplénica pode ser formada por 2 ou 3 raízes e a presença de anastomoses venosas foi constatada em um número maior de casos do que demonstra a literatura. Abstract: Although the arterial anatomy of the spleen has been well studied, there are only a few studies about the venous anatomy. Detailed venous anatomy of the spleen was evaluated in the present study.
A total of 40 human spleens were obtained from postmortem fresh cadavers. Corrosion casts of the splenic vein and its intrasplenic tree were prepared by injecting vinyl-acetate. The casts were analysed later, foccusing the origin of the splenic vein, the venous segmentation of the spleen, the venous drainage of each segment, its disposition relating to the main axe of the viscus as well as the presence of anastomosis.
It was found that in 60.0% of the cases the splenic vein was formed by 2 tributaries and in 40.0% of the spleens by 3 tributaries. The study showed the presence of 3 venous segments in 32.5% of the specimens and the presence of 4 segments in 40.0% of the spleens. The segments were overlaped in 87.5% of the cases. Since we established previously the difference between the first and second order tributaries of the splenic vein, we could demonstrate that the venous segments can be drained by first order tributaries in 47.5% of the cases, by second order tributaries in 30.0% of the cases and by both in 22.5% of the specimens. The anastomosis between first and second order tributaries was found in 7.5% of the spleens.
It is concluded that the spleen as the lungs, kidneys and liver has vascular segments. The venous segments varies from 2 to 5, drained by first and second order tributaries or by both. In the majority of cases the segments were overlaped. The splenic vein can be formed by the confluence of 2 or 3 tributaries and the presence of venous anastomosis was found more commonly than what is reported in the literature.
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