dc.description.abstract | Resumo : O objetivo desta pesquisa é analisar como que as mudanças do mundo do trabalho, no processo da reestruturação produtiva, interferiram nas políticas públicas para a educação, mais particularmente o que se conhece como a pedagogia das competências. Realizou-se uma pesquisa documental, em que se analisou os documentos oficiais e legislação sobre a educação no país, e constatou-se que o discurso da educação como formação para o trabalho sempre esteve presente desde o início da década 30 do século XX com a primeira legislação educacional, até a lei 9394/96 (LDB). As sucessivas mudanças na política educacional representaram momentos de avanços e recuos no que se refere à formação da classe trabalhadora, mas sempre se manteve a dualidade estrutural entre os sistemas de ensino de caráter profissionalizante, destinado à classe trabalhadora, e os de caráter propedêutico para a classe dos dirigentes. Dentro deste contexto o estudante trabalhador é submetido ao processo de formação dentro de uma lógica do mundo do trabalho, gerando com isso uma formação polivalente, fragmentária e alienada, tornando-o competente apenas ao mercado de trabalho e não para a sua autonomia.; Investigou-se como a competência, um conceito polissêmico sujeito as diferentes interpretações, é apresentado na legislação educacional vigente, e como esta vem sendo tratada pelos diferentes pesquisadores da Educação. Dentro do discurso oficial, constata-se que a competência vem sendo considerada como um atributo individual do trabalhador, atribuindo a esta um caráter subjetivo. Entretanto, a construção da subjetividade, segundo Vigotsky, Lanes, Rey e Molon, se dá através das relações sociais do indivíduo e nunca de forma isolada. Dentro desta perspectiva o modelo vigente da pedagogia das competências, por desconsiderar o caráter social da subjetividade, não pode formar o indivíduo como um todo e o tornar um sujeito consciente do seu processo educacional e produtivo, para que possa ter uma formação humanitária sem perder a formação técnica, e que possa desenvolver as potencialidades na sua plenitude. Utilizando como contraponto o ensino politécnico de Gramsci, discute-se a possibilidade de se construir uma nova forma de competência a ser adquirida e desenvolvida pelo sujeito, de caráter coletivo, para melhorar a qualidade de ensino dos alunos do Ensino Médio, particularmente os alunos provindos da classe trabalhadora. | pt_BR |