"Eu não acho, do meu ponto de vista" : uma etnografia sobre os Guarani Mbyá de Guaviraty em contexto de obras no litoral paranaense
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Data
2021Autor
Souza, Carlos Henrique Emiliano de, 1995-
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Resumo: A dissertação em questão buscou refletir acerca do modo como os Guarani Mbyá pensam e se relacionam com ou em torno da natureza, assim como visou compreender a visão e as práticas do Estado brasileiro diante ou em torno da natureza. Para isso levei em consideração o contexto de Licenciamento Ambiental dos empreendimentos que pretendem se instalar nas proximidades da Tekoa Guaviraty em Pontal do Paraná. Contexto que permitiu salientar o encontro da visão Guarani Mbyá e do Estado brasileiro sobre a natureza e o meio ambiente. Para condução da investigação a separação natureza e cultura foi considerada como recorte teórico-metodológico que possibilitou analisar os depoimentos dos indígenas em uma reunião em Guaviraty, a legislação indigenista e ambientalista, assim como os relatórios de impacto ambiental dos empreendimentos em Pontal do Paraná. Permitiu salientar a diferença em relação à natureza e ao meio ambiente no "sistema" dos indígenas a partir do depoimento Mbyá, e dos "sistema" dos brancos a partir da jurisdição brasileira. Evidenciei que em situações como as proporcionadas pela reunião em Guaviraty os indígenas convertem a "nossa natureza" em referência a Mata Atlântica, assim como a "cultura" em outros momentos, como capital político para reivindicação da demarcação do território indígena pois "todo indígena precisa" de terra, o contexto possibilitou refletir como os indígenas instrumentalizam uma natureza com aspas.A dissertação em questão buscou refletir acerca do modo como os Guarani Mbyá pensam e se relacionam com ou em torno da natureza, assim como visou compreender a visão e as práticas do Estado brasileiro diante ou em torno da natureza. Para isso levei em consideração o contexto de Licenciamento Ambiental dos empreendimentos que pretendem se instalar nas proximidades da Tekoa Guaviraty em Pontal do Paraná. Contexto que permitiu salientar o encontro da visão Guarani Mbyá e do Estado brasileiro sobre a natureza e o meio ambiente. Para condução da investigação a separação natureza e cultura foi considerada como recorte teórico-metodológico que possibilitou analisar os depoimentos dos indígenas em uma reunião em Guaviraty, a legislação indigenista e ambientalista, assim como os relatórios de impacto ambiental dos empreendimentos em Pontal do Paraná. Permitiu salientar a diferença em relação à natureza e ao meio ambiente no "sistema" dos indígenas a partir do depoimento Mbyá, e dos "sistema" dos brancos a partir da jurisdição brasileira. Evidenciei que em situações como as proporcionadas pela reunião em Guaviraty os indígenas convertem a "nossa natureza" em referência a Mata Atlântica, assim como a "cultura" em outros momentos, como capital político para reivindicação da demarcação do território indígena pois "todo indígena precisa" de terra, o contexto possibilitou refletir como os indígenas instrumentalizam uma natureza com aspas. Abstract: The dissertation in question sought to reflect on the way in which the Guarani Mbyá think and relate to or around nature, as well as aiming to understand the vision and practices of the Brazilian State in or around nature. For that, I took into account the context of environmental licensing of the projects that intend to be installed in the vicinity of Tekoa Guaviraty in Pontal do Paraná, the context allowed to highlight the encounter between the Guarani Mbyá and the Brazilian State view on nature and environment. To conduct the investigation, the separation of nature and culture was considered as a theoreticalmethodological approach that made it possible to analyze the testimonies of the indigenous people at a meeting in Guaviraty, the indigenous and environmental legislation, as well as the environmental impact reports of the developments in Pontal do Paraná. It allowed us to highlight the difference in relation to nature and the environment. In the "system" of the indigenous people from the Mbyá testimony, and of the "system" of the whites from the Brazilian jurisdiction. I showed that in situations such as those provided by the meeting in Guaviraty, indigenous people convert "our nature" into a reference to the Atlantic Forest, as well as "culture" at other times, as political capital to demand the demarcation of indigenous territory because "every indigenous needs" of land, made it possible to think of a "nature" with quotation marks.
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