Associativismo e a Móveis Cimo : paternalismo, tradicionalismo e sociabilidade operária em Rio Negrinho - Santa Catarina (1970-1976)
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Data
2021Autor
Almeida, Fernando Henrique de, 1993-
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Resumo: Em 1951, quando a empresa moveleira Martim Zipperer S/A, localizada na cidade de Rio Negrinho - SC decidiu se juntar com um conglomerado de outras fábricas, já possuía uma trajetória produtiva de quase trinta anos. No município em questão, o empreendimento conhecido como Companhia Industrial de Móveis (CIMO S/A) foi administrado pelos "Zipperer", principais industriais do Alto Vale do Rio Negro, até 1978 quando seus capitais foram adquiridos pelo grupo Lutfalla, que permaneceram proprietários da instalação até 1982. A historiografia que discorre sobre o tema insiste em chamar atenção para o impacto econômico da empresa e do sobrenome "Zipperer" na história da cidade. O papel da classe operária, no entanto, ainda permanece a ser explorado. Concentrando, desde o início de suas operações, cerca de mil operários, é perceptível a relevância do conjunto dos trabalhadores da CIMO em construir e organizar espaços de sociabilidades clássicos daqueles que vendem sua força de trabalho para sobreviver. Assim sendo, o objetivo dessa dissertação é discorrer sobre o papel da Associação dos trabalhadores da Móveis CIMO (ASSOCIMO) na formação de um conjunto de discursos e práticas de sociabilidades da classe operária na empresa. Dependente economicamente da empresa, numa conjuntura política nacional adversa, tal entidade reforçou práticas e discursos conciliatórios acerca dos conflitos entre classes. Mesmo possuindo uma direção cooptada pelo poder hegemônico do capital da empresa, isso não significou que os trabalhadores não possuem momentos coletivos com equidades, ou mesmo práticas sociais minimamente autônomas, foco principal da dissertação. Para tanto, utiliza-se como conjunto de fontes o jornal operário "O Moveleiro", principal meio de comunicação produzido pela Associação, analisado de forma qualitativa para o trabalho. Abstract: In 1951, when the furniture company Martim Zipperer S/A, located in the city of Rio Negrinho - SC decided to merge with a conglomerate of others factories, it already had a productive trajectory of almost thirty years. In said municipality, the business known as "Companhia Industrial de Móveis" (CIMO S/A) was administered by the "Zipperer", Alto Vale do Rio Negro's main industrialists until 1978, when their capitals were acquired by the group "Lutfalla", who remained owners of the facility until 1982. The historiography on the subject insists in drawing attention to the economic impact of the company and the "Zipperer" family name in the city's history. The role of the working class, however, remains to be explored. Concentrating, since the beginning of its operation, about a thousand workers, the relevance of the CIMO's workers to build and organize classic sociability spaces of those who sell their workforce to survive is perceptible. Therefore, this dissertation's goal is to discuss the role of the Associação dos trabalhadores da Móveis CIMO (ASSOCIMO) in the formation of a set of discourses and practices of sociability of the working class in the company. Economically dependent on the company, in an adverse national political situation, this entity reinforced conciliatory practices and discourses about conflicts between classes. Even with an administration co-opted by the hegemonic power of company capital, it did not mean that workers did not have collective moments with equity, or even minimally autonomous social practices, the main focus of the dissertation. For that, set of sources is used and the workers' newspaper "O Moveleiro", the main mean of communication produced by the Association.
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