Geografia eleitoral : tendências e indicações para o desenvolvimento da ciência política
Resumo
Resumo: O espaço geográfico é essencial para as análises de diversas linhas de pesquisa da Ciência Política, como Sistemas Eleitorais, Representação Política e Comportamento Eleitoral. Isso motiva o desenvolvimento de operacionalizações para a apreensão dos fenômenos a partir da análise espacial. Entretanto, existe uma tendência de naturalização do espaço no mainstream da Ciência Política e é comum que as operacionalizações realizadas apresentem limitações. O objetivo que guia esta tese é indicar caminhos de desenvolvimento metodológico e tendências de pesquisa. Com isso, busco fomentar o desenvolvimento da Geografia Eleitoral na Ciência Política brasileira. A pesquisa tem dois trabalhos empíricos principais: uma análise bibliométrica e cientométrica da produção da Geografia Eleitoral e o desenvolvimento, comparação e teste de um modelo original de análise espacial do voto. Os resultados indicam desalinhamentos entre a produção da Geografia Eleitoral em nível internacional e no Brasil. O maior deles é a ausência de conexão com a Geografia Humana e, mais especificamente, com as pesquisas com abordagens pós-estruturalistas e de identidade. Para lidar com as limitações metodológicas, testei as operacionalizações mais recorrentes na literatura e apresento como modelo final uma proposta original, baseada em distâncias medidas por redes transitáveis e com peso variável pela densidade local. Abstract: Geographic space is essential for several research lines of Political Science, such as Electoral Systems, Political Representation, and Electoral Behaviour. This motivates the development of operationalizations for the comprehension of political phenomena through spatial analysis. However, there is an tendency to naturalize the space in the mainstream of Political Science, and it is usual that the current operationalizations present limitations. The goal of this thesis is to suggest methodological development paths and research directions. Hence, I intend to stimulate the development of Electoral Geography in Brazilian Political Science. This work has two main empirical trials: a bibliometric and scientometrical analysis targeting the Electoral Geoprahy literature; and the development, comparison, and testing of an original spatial model for turnout analysis. The results indicate mismatches between the international and the Brazilian literature. The most important difference found in the Brazilian research is the absence of a connection with Human Geography and, specifically, with post-structuralist and identity approaches. To tackle the methodological limitations, I have tested the most usual operationalizations found in the literature, although the final model is original, based on density-dependent weighted distances extracted from transit networks.
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