Prematuridade associada à má oclusão : estudo prospectivo
Resumo
Resumo: A alta incidência da má oclusão em prematuros sugere que a prematuridade pode ser um fator de risco. Este estudo avaliou alterações oclusais em crianças prematuras que fizeram uso ou não do tubo orotraqueal. Estudo observacional, analítico, caso-controle com coleta prospectiva de dados sobre má oclusão e fatores associados. A amostra incluiu crianças na fase de dentição decídua atendidas no Ambulatório da Puericultura de Recém-Nascido de Risco do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Foram 139 prematuros, sendo 52 sem má oclusão e 87 com má oclusão. Observada alteração oclusal em 62,5% da amostra (n = 87); maior entre nascidos prematuros com uso do tubo orotraqueal (n = 52, 59,7%) que em prematuros sem intubação (n = 35, 38,8%) (p = 0,10). Não se observou diferença no tempo de intubação orotraqueal entre os grupos (p = 0,33). Entre grupos com e sem oclusopatia não houve diferença na idade cronológica, sexo, peso, comprimento, perímetro cefálico e Apgar. 92 crianças foram amamentadas: 73,1% sem má oclusão e 62,1% com má oclusão. Quanto aos hábitos nas crianças com má oclusão mais frequente e maior o tempo de uso de chupeta (p=0,01) e de mamadeira (p=0,02). Entre crianças submetidas à intubação orotraqueal o uso de chupeta esteve associado a risco 2 vezes maior de má oclusão. 97,7% (85) dos casos de oclusopatia apresentavam algum hábito deletério. Em 58,6% (51) havia associação intubação e hábitos deletérios. Conclusão: constata-se que a prematuridade é um fator de risco para má oclusâo, principalmente quando associada a hábitos deletérios e intubação orotraqueal. Abstract: The high incidence of malocclusion in premature infants suggests that prematurity may be a risk factor. This study evaluated malocclusion in premature infants who had orotracheal tube use. An observational, analytical, case-control study with prospective data collection on malocclusion and associated factors. The sample included children in the deciduous teething stage attended at the Newborn Child's Risk Outpatient Clinic at the Clinical Hospital of the Federal University of Paraná. There were 139 premature infants, 52 of whom had no malocclusion and 87 with malocclusion. Occlusal alteration was observed in 62.5% of the sample (n = 87); (n = 52, 59.7%) than in preterm infants without intubation (n = 35, 38.8%) (p = 0.10). There was no difference in the time of orotracheal intubation between the groups (p = 0.33). Among groups with and without occlusion, there was no difference in chronological age, sex, weight, length, cephalic perimeter and Apgar. 92 children were breastfed: 73.1% without malocclusion and 62.1% with malocclusion. As for the habits in children with more frequent malocclusion, the time of pacifier (p = 0.01) and bottle feeding (p=0.02) was higher. Among children submitted to orotracheal intubation, pacifier use was associated with a 2-fold increased risk of malocclusion. 97.7% (85) of cases of occlusion had some deleterious habit. In 58.6% (51) there was an association between intubation and deleterious habits. Conclusion: prematurity is a risk factor for malocclusion, especially when associated with deleterious habits and orotracheal intubation.
Collections
- Teses [80]