Alencar Furtado, oitiva realizada no dia 19 de setembro de 2014
Date
2014-09-19Author
CEV
COMISSÃO ESTADUAL DA VERDADE
FURTADO, José Alencar
Metadata
Show full item recordAbstract
Coordenam a oitiva, a Sra. Ivete Caribe da Rocha, o Sr. Marcio Kieller e o Sr. Norton Nohama.
Inicia seu depoimento fazendo uma retrospectiva de sua carreira, até ser eleito deputado Federal em 1977 quando é caçado pelo Governo Geisel. Fala da ditadura e o cerceamento, do momento difícil com seus direitos políticos suspensos. Não havia um motivo específico.
Durante o depoimento vai falar de diversos episódios ocorridos durante sua atuação, tanto como Deputado Estadual como Deputado Federal. Foi líder da Bancada do PMD, assim como Presidente de duas CPIs durante a ditadura. A CPI das multinacionais e a CPI da dívida externa brasileiras, destaca os depoimentos de Mario Henrique Simonsen e Silvio Frota onde havia comprometimento dos militares com as multinacionais.
O MDB era um conglomerado que abrigava muitas tendências políticas e tinha um grupo que se denominava autênticos que era a vanguarda, foram disseminados quem não foi caçado foi preso. Dentro desse movimento identificava-se as posições dos companheiros.
Foi um período de grande tortura, enfatiza a organização militar e a ligação com a Escola Francesa instrutora da Operação Condor sob o comando do General Frances Paul Aussaresses, adido militar no Brasil superintendente dos torturadores para os governos militares da América Latina e Brasil, sua base era no Brasil com ramificação no Uruguai, Argentina e Chile. Os torturados brasileiros tinham cobertura nacional e internacional, até hoje não foram punidos e ainda se acham poderosos.
O MDB tinha figuras fisiológicas, mas tinha muita gente lutando para a volta da democracia e a liberdade dentro do País, o Grupo Autentico sofria muita contestação dentro do Partido, destaca os nomes de Freitas Nobre (SP), Marcondes Gadelha (PE), Marcos Freire (PE)Chico Pinto (BA), Fernando Lyra (PE), Paes Andrade (CE), Getúlio Dias (CE), Eloi Lenzi (RS). Do paraná somente Alencar Furtado. Quando Deputado Federal recebiam muitos parentes de vítimas da ditadura pedindo ajuda para encontrar os desaparecidos e presos políticos, a Esposa do Deputado Rubem Paiva foi uma que nos procurou.
Quando deputado estadual, discorre sobre episódio da prisão do Deputado Aníbal Cury, o caso de alteração de um Projeto para a construção de uma estrada onde inclusive houve uma tentativa de suborno para desistir do projeto. Sobre a Operação Marumbi, visitou os presos políticos no Ahú, destaca o prefeito de Paranavaí que estava preso. Lembra que eram oito deputados do MDB, onde 4 foram caçados entre eles Sinval Martins e Lázaro Servo.
O Comando de Caça dos Comunistas e o movimento Tradição Família e propriedade, subsidiavam a ditadura como eram civis ficava mais fácil infiltrarem-se nos grupos de esquerda e obterem informações.
Seu filho foi eleito Deputado após a sua cassação, Heitor Cavalcanti Alencar foi assassinado por um policial do Paraná. Foi eleito com 22 anos, no 1º mandato e estava concorrendo ao segundo. Fala do inquérito, mas que não tem convicção da autoria.
Conta os motivos da sua cassação, um foi que quando líder da bancada do PMD, tinha que fazer visita protocolar aos Presidente do Supremo Tribunal Federal e ao Presidente da Republica o qual se recusou em solidariedade aos presos políticos isso o marcou era o Governo Geisel. Outro episódio que levou a sua cassação, foi quando fez um discurso caloroso e contundente na TV dizendo: “Filhos do quem sabe, órfãos do talvez...”, etc. Foi cassado em 30/6/1977. Relata ainda um almoço na casa do Deputado Carioca Armando Stuart, onde encontra com o ex-ministro Armando Falcão e cobra dele a sua adesão na cassação do seu mandato.
Fala da luta do PMD para uma nova Constituinte e Anistia
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- Violência de estado [390]
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