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dc.contributor.editorCEVpt_BR
dc.contributor.otherCOMISSÃO ESTADUAL DA VERDADE - CEVpt_BR
dc.coverage.temporal1964-1985pt_BR
dc.date.accessioned2021-04-01T19:40:36Z
dc.date.available2021-04-01T19:40:36Z
dc.date.issued2013-06-27
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/1884/70126
dc.description.abstractDr. Pedro Bodê, Presidente da Comissão Estadual da Verdade do Paraná; abre a sessão compondo a mesa com a Sra. Rosa Cardoso, Presidente da Comissão Nacional da Verdade; Sr. Ivan Seixas, representante da Comissão Estadual da Verdade de São Paulo; Sra. Maria Aparecida Blanco, membro da Comissão Estadual da Verdade do Paraná; Sra. Ivete Caribé da Rocha, membro da Comissão Estadual da Verdade do Paraná, Sra. Neide de Azevedo Lima, membro da Comissão Estadual da Verdade do Paraná, Sr. Aluizio Palmar do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Foz do Iguaçu. Após o pronunciamento dos componentes da mesa. O Sr. Jair Krischke é convidado a falar sobre os “Quarenta anos do golpe no Uruguai”, destaca à acolhida e proteção dos políticos brasileiros que se refugiram no Uruguai, em função do golpe no Brasil. Dentre eles destacou, João Goulart, Brizola, Almino Alfonso, Darcy Ribeiro e outros. O Brasil, montou um centro de espionagem que vitimou dezenas de brasileiros. Lembra que a resistência do povo uruguaio foi as ruas, onde muitos foram abatidos ou passaram longo período na prisão. Os depoimentos do período da manhã, tem como foco a execução e o desaparecimento dos militantes da VPR, Onofre Pinto, Daniel de Carvalho, Joel de Carvalho, José La Vechia, Victor Ramos e Henrique Ruggia. ALUIZIO F. PALMAR –Faz uma contextualização e descreve a sua trajetória de militante contra a ditadura no País. Em 1969 é preso em Cascavel, foi levado para o Batalhão de Fronteira em Foz, e depois foi transferido para vários locais, o Quartel da Rui Barbosa em Curitiba, Dops Curitiba, Centro de Informações d Marinha Rio de Janeiro, Ilha das Cobras e por ultimo foi enviado para a Ilha grande, de onde foi retirado pelo Comando da Vanguarda Popular Revolucionária, em troca do embaixador Suíço com mais 69 companheiros. Ao sair da Ilha Grande vai para o Chile onde fica um ano e volta para cumprir missão pelo Comando da Vanguarda Popular Democrática. Fica 8 anos na Argentina. O ex sargento do exército Albery Vieira dos Santos o convida para voltar ao Brasil e não aceita, mas Onofre Pinto e mais 5 aceitam e são executados no Km6 da Estrada do Colono no Parque Nacional do Iguaçu. Em 2003 é designado para a Comissão dos Mortos e Desaparecidos e vai pesquisar nos arquivos de Foz de Iguaçu, encontra que o nome de Otávio Ranolfo da Silva, na época era da Polícia Civil da 6ª Divisão de Polícia, em 1982 foi nomeado para o Ministério da Marinha. ADÃO LUIS ALMEIDA – Inicia contando que começou a auxiliar o Aluizio nas pesquisas e, que a luta para encontrar os companheiros começa em 1980. Esclarece que ele foi o contato com Ranolfe que tinha o codinome de Ramon, uma vez que ele não queria encontrar com o Aluizio, também foi ajudado por Cesar Cabral que já conhecia Ranolfe. Fizeram várias reuniões até que ele contou em detalhes a operação para a execução dos companheiros no Parque Iguaçu. Fizeram várias excursões ao Parque Nacional, inclusive com equipes multidisciplinares. Criaram inclusive uma base, para poder chegar de helicópetero, porém os corpos até hoje não foram encontrados. IVAN SEIXAS - Em 2010, foi contratado pela Comissão dos Mortos e desaparecidos. Uma das buscas era o Massacre de Foz de Iguaçu. Uma outra fonte, fala no casal Maria Madalena para atrair o grupo de exilados os quais seriam presos. Onofre Pinto foi executado porque não acreditaram que ele ia colaborar com o exército. Um outro agente o exército confirma a história da emboscada para prisão e morte das pessoas. Descreve o trabalho de busca da Comissão e detalhes do dia em que foi ao Parque Nacional com o Sr. Ranolfe, que confirma o massacre. O General Milton Tavares de Souza era o chefe do SNI na época, deu ordem para matar, para servir a serviço de exemplo, se não estiver a serviço da repressão. Dr. Ney codinome do Capitão Ênio Pimentel Silveira era chefe da Casa da Morte – Sitio em Itapevi. Laicato Boamorte Bezerra, codinome do Sargento Rubens Carneiro que provavelmente mora no Rio hoje, um dos atuantes no episódio do Parque Nacional do Iguaçu. Fala da estrutura da cadeia de comando – desde o Presidente da República até os sargentos e executores. GILBERTO GIOVANNETTE – Inicia falando que sobre assalto a banco, roubo de automóveis e acha que a guerrilha foi um erro. Fala da ligação da sua mulher com Onofre. E descreve que iam para Foz de Iguaçu, mas em Curitiba são presos. E passa a descrever toda a viagem e a prisão em São Paulo. Na sua visão acha que o corpo de Onofre está sepultado no Cemitério de Perus. Sua esposa Ana Barreto Costa, é o codinome de Maria Madalena Lacerda. LILIAN RUGGIA - Relata os 18 anos de busca do irmão, Henrique Ruggia, o menino Argentino que estava com o grupo de Onofre Pinto. Um dia antes de desaparecer se despediu dela. Destaca que apesar de saber que o irmão foi assassinado ainda não se tem corpo. Mas que pelo menos hoje já há uma certidão de óbito. Depois fala das buscas para entender se o caso de seu irmão tem haver com a Operação Condor. ISABEL FÁVERO - Inicia falando da revolta e humilhação que ainda tem. Faz questão de nominar os agentes da repressão: Coronel do Exército Emídio tinha o codinome de Paulo, Capitão José Vasconcelos Kruger do Batalhão de Policia Militar, Capitão Júlio Roberto Serda, Tenente Mario Expedito Ostroviski este comandava todo o processo, somou-se a eles mais tarde Pablo e Juvenal, codinomes, de torturadores que se apresentavam como esquadrão da morte. Conta que conheceu seu marido no Movimento estudantil em Caxias do Sul e passam a militar na Val Palmares. A pedido do comando se mudam para Nova Aurora, ficando na clandestinidade. Instalados na chácara do sogro. Em Nova Aurora ficaram meses isolados, não havia nenhum contato com a Direção e tiveram que sair para trabalhar, abriram uma pequena escola na fazenda ao lado. São presos no dia 05/05/1970, ela o marido Luis André, além de Alberto seu cunhado, Adão Ferreira Rosa, Benedito Bueno, José Aparecido Germano, José Deodato Rosa Mota, camponeses que aderiram ao início do núcleo político. Foram levados para o Batalhão de fronteira de Foz, descreve todas as torturas sofridas na prisão, inclusive que sofreu um aborto pois estava gravida de dois meses. A prisão deles foi por ordem da 5ª Região Militar. A prisão tinha como objetivo descobrir as armas que eles tinham e onde estava o dinheiro do roubo do cofre do Ademar de Barros, mas eles não haviam participado e nem recebido dinheiro da operação. Como ela ficou muito doente veio uma pessoa para cuidar dela, a qual levou o recado para o irmão de André que trabalhava no Banco do Brasil, a partir da descoberta onde estavam os pais puderam levar roupas e as coisas começaram a ficar mais leve um pouco. Depois foram levados para o DOPS de Porto Alegre, porque o André já tinha um processo correndo lá. Em seguida foram transferidos para Curitiba, André ficou preso no Ahu e ela foi enviada para Piraquara. Em julho de 1971 foram julgados e condenados pela Justiça Militar, André 18 meses e eu 12 meses, foram acusados por aliciamento de menores e organização da luta armada. Foram para o Chile, e depois do golpe no Chile foram para França. Voltaram para o Brasil em 1983. Fala ainda da Fazenda São João d propriedade do Sr. Fuad Nacle, o qual foi um dos grandes apoiadores da prisão, com toda a infraestrutura, o qual a partir daí passou a colaborar com o Exército. O Senhor Expedito Ostroviski, hoje é advogado militante e frequentador de altas rodas de Foz de Iguaçu e conselheiro da OAB. LUIS ALBERTO FÁVERO – Irmão de André, foi preso em Anta Gorda, ele estava em casa sozinho. Cita os participantes da operação e interrogadores na prisão o Tenente Expedito, Cabo Orlando, Sargento Balbinote, Major Fontoura, Capitão Kruguer, Capitão Sedar, Cabo Orlando e Cabo Felipe. Pediram as armas e o dinheiro, as armas haviam sido escondidas pelos posseiros e dinheiro não tinha. Além da prisão invadiram a casa, como não tinha o que procuram reviravam tudo. Ainda, como colaboradores dos militares, citou o Sr. Orestes Brustolim, delegado, e o Sr. Flávio Lacre dono da Fazenda São Jorge em Nova Aurora, Padre Senatto, Prefeito Jarbas e o Diretor do Ginásio na época. A casa dos pais de Luis Alberto ficou sendo monitorada por um longo período. ANA BEATRIZ FORTES – Foi presa em 11/05/1970 era estudante e tinha 19 anos, sua prisão foi rápida 9 dias, sofreu torturas psicológicas. Inclusive a levaram para Foz de Iguaçu onde ficou junto com a Isabel Fávero. Desconfiavam que ela fazia parte do movimento revolucionário, por ela ter emprestado um livro a um amigo o qual tinha o nome da irmã, além de terem achado na sua bolsa uma carta para sua irmã. Passados 9 dias a devolveram em casa pedindo desculpa e dizendo que foi um engano. LETÍZIA ABATTE SOLLEY – Relata o caso do sequestro dos Paraguaios, ela é filha de Anibal Abatte Solley. Os amigos do seu pai Rodolfo Mongelós Leguizamón, Alexandro Stum e César Cabral Argentino. São exilados em 1959 e se instalam em Foz do Iguaçu. Todos eram conhecidos, pois tinham se estabelecido com suas atividades na cidade. O Sr. Anibal trabalhava com importação de tecidos. Foram todos sequestrados na noite de 01 para 02/12/1974, com uma mega operação. Foram levados vendados para Goiás e ficaram lá por volta de vinte dias. Depois foram levados a Brasília, onde foram libertados, mas tiveram que se comprometer a não voltar para Foz de Iguaçu. Isso fazia parte da Operação Condor. Refere-se ao advogado do grupo Sr. Álvaro Albuquerque. A razão do sequestro era que havia uma denúncia que eles estavam planejando um atentado contra Alfredo Strossener. RODOLFO MONGELÓS LEGUIZAMÓN – Um dos companheiros sequestrados com Anibal Abatte Solley, faz o seu relato com detalhes das torturas físicas e psicológicas. Não voltou morar em Foz de Iguaçu, ficou em Curitiba. SEGUNDO DIA 28/06/2013 A mesa é composta em seguida é chamado o para falar o Sr. JAIR KRISCHKE, que discorreu sobre a Operação Condor, destacou a estrutura, como atuava e alguns episódios ocorridos dentro da operação. Atuação da operação se dava com a atuação de dois ou mais aparelhos repressivos em território estrangeiro com o objetivo de sequestro ou execução de um alvo. Os militares que tinham trocado de lado eram seus alvos preferidos. O Brasil, participa com dois militares de uma reunião com um agente da DINA o Coronel Contrera, porém, não assina a ata da reunião. O Brasil tinha uma política de estado terrorista. O embaixador Azeredo da Silveira Ministro das Relações Exterior, trabalha também como agente de informações. O embaixador Manoel Pio Correia cria no Itamarati o CIEX – Centro de Informações do Exterior, porém este órgão que funcionava dentro do Itamarati nunca constou de organograma. É criado no em Montevideo, também por Pio Correia, uma grande central de informação/monitoramento de toda a Região e leva para lá também o Coronel Câmara Sena. Houveram várias operações, destaca que a 1ª Operação Condor acontece em dezembro de 1970 em Buenos Aires, é o caso do Coronel Jeferson Cardin de Osório e seu filho, são presos quando estão indo para a Argentina pela Policia Federal Argentina e são torturados. O motivo de sua prisão é em função da participação da primeira guerrilha da resistência, em manifestação contra um ano do Golpe Militar e fica conhecida como a “Guerrilha dos Três Passos”. Esta termina em Medianeira, com a prisão de 23 pessoas as quais são levadas para Curitiba. Segunda Operação Condor tinha como objetivo a busca de brasileiros no exterior e inicia em junho de 1971, uma das vítimas é Edmur Péricles Camargo, sua acusação é a criação do Grupo 3MG – Marx, Mao, Marighela e Guevara. O motivo da perseguição de Onofre Pinto e Daniel de Carvalho, eram acusados de planejar o assassinato do Coronel Sergio Paranhos Fleury. Em maio de 1976, acontece em Assunção a 4ª Conferencia Brasileira Bilateral de Inteligência entre os Exércitos Brasileiros e Paraguaios, um dos palestrantes desta conferência foi o General João Batista de Oliveira Figueiredo. Destaca dois tipos de colaboração por parte do Brasil dentro da Operação Condor, a do treinamento de inteligência e a prática de entregar pessoas. – O último preso político paraguaio, preso aqui, foi Dom Hemijo Gimenes Gamarra, veio para o Brasil na década de 1960, em 1978 vai a Foz visitar parentes, quando é preso e entregue ao Paraguai, fica na prisão sem ser apresentado a justiça por dois anos, é acusado de trafego de drogas, roubo de automóveis. Mas seu interrogatório é sobre o “Movimento 14 de março” ocorrido no Paraguai, julgado e condenado cumpre uma parte da pena. Em 1989 consegue a liberdade. Fala da colaboração da Itaipu, que tanto tinha uma lista com nome de pessoas monitoradas, como, serviço de inteligência e ainda infraestrutura (carros, telex, etc). Lembra do suicídio em 1980, dos argentinos Eduardo G. Scabosa com 30 anos e Liliana Inês Goldembergue, 27 anos, o qual acontece na balsa de Porto Iguaçu, para não serem presos. O Brasil tem uma presença muito forte na região – não queria nenhum governo de esquerda, Antônio Câmara Canto, embaixador do Brasil no Chile, comemora a vitória de Pinochet, quando havia muitos brasileiros presos no Estádio Nacional do Chile. Se refere a Dausi Trioni que chega ao Brasil em 1962, em Minas Gerais, depois vai para o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul era instrutor de policiais militares, onde ensinava técnicas de torturas mais sofisticas e daqui também levou experiências, levando o pau-de-arara, que é uma criação brasileira. Explica a participação americana, mas ressalta que o protagonismo é brasileiro.pt_BR
dc.format.medium7 vídeospt_BR
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.rightsAtribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil*
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/*
dc.subjectAGENTE DA REPRESSÃO;pt_BR
dc.subjectAGENTE DE INFORMAÇÃO;pt_BR
dc.subjectALTAIR, CODINOME DE INFORMANTE;pt_BR
dc.subjectCARVALHO, APOLONIO;pt_BR
dc.subjectCINE PLAZA;pt_BR
dc.subjectDR. CESAR – COMANDANTE DO SEQUESTRO;pt_BR
dc.subjectGUANES, CORONEL – CHEFE DO PARAGUAI;pt_BR
dc.subjectHOTEL ALHAMBRA;pt_BR
dc.subjectINFILTRADOS;pt_BR
dc.subjectOPERAÇÃO 30 HORAS;pt_BR
dc.subjectOPERAÇÃO JURITI;pt_BR
dc.subjectPOLÍTICA EXTERNA;pt_BR
dc.subjectSERVEIRA, JOAQUIM PIRES, MAJOR;pt_BR
dc.subjectSILVEIRA, ENIO PIMENTEL;pt_BR
dc.subjectSOARES, LAMARTINE H – DIRETOR DO PRESIDIO DO AHÚ;pt_BR
dc.subjectVIOLENCIA DE ESTADO;pt_BR
dc.titleAudiência Pública de Foz de Iguaçu, dias 27e 28 de junho de 2013pt_BR
dc.typeVideopt_BR
dc.description.originCEVpt_BR
dc.format.colorcolorpt_BR
dc.description.conservationÓtimopt_BR
dc.format.originalreplicapt_BR


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