Antônio Edson Urban, oitiva realizada no dia 30/01/2014
Date
2014-01-30Author
CEV
COMISSÃO ESTADUAL DA VERDADE - CEV
URBAN, Antônio Edson
Metadata
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Realizada no Miniauditório do Palácio Iguaçu – Praça Nossa Senhora Salete, s/nº
A Drª Ivete Rocha faz a apresentação de Antonio Urban, importante militante político no Paraná e no Brasil e passa a palavra para Urban.
Inicia sua trajetória política aos 16 anos, frequentou o Grupo de Jovens Católicos, quando do Golpe de 1964 tinha 16 anos e num primeiro momento foi a favor contribuindo inclusive com o ouro. Mas logo em seguida percebeu que não era o que pensava e passa a militar na Resistencia Democrática. Era funcionário do banco antecessor do Bamerindus.
1967 – Abandona o Curso de economia por ameaça de prisão por um agente infiltrado na turma por suas posições.
1968 – Inscreve-se no CPOR mas não é aceito e dizem para ir a 5ª Região Militar onde é preso. Relata o seu relacionamento com os soldados do quartel, e a diferença de tratamento entre ele e os outros presos em virtude de ser universitário. Ao enfrentar um Major é enviado para o QG da Carlos Cavalcanti. E, lá decidiram dispensá-lo do serviço milita por “incapacidade psicológica”. É a partir daí que passa a militar na esquerda efetivamente, volta pro banco mas é obrigado a fazer acordo e sai do banco. Descreve sua trajetória militância, fala do seu companheiro Oto Perez que o recebe em casa mas em seguida vai para São Paulo.
1970 – É preso em São Paulo no aparelho com mais uma companheiro e Jurandir, onde ficam 45 dias sob tortura no DOI-COID, conta formas que utilizou para resistir, contou com um pouco de sorte, habilidade, muitas vezes era capaz de administrar a tortura, não dando as respostas que eles queriam. Foi encaminhado para o DOPS onde estavam comentando a morte de Bacuri que havia sido assassinado no DOPS. Conta que os soldados comemoraram muito a morte do Lamarca com festa regada a champanhe. Toda noite no DOPS se cantava, inicia com uma música qualquer mas terminava sempre com a Internacional Comunista.
Presidio Tiradentes – fui para a cela 20, onde tinha preso comum e preso político depois fui encaminhado para a cela 06. Era a cela de suspeitos de traição, covardia – Escrevi um relatório da prisão que tive uma passagem relativamente fácil em relação de que vi, o que me protegeu de certa maneira os que foram mais torturados que eu. Fui acusado de proselitismo, julgado e condenado a um ano e seis meses de prisão. Fui Solto, pq fui inocentado em Curitiba e a pena em São Paulo eu já havia cumprido, apesar de ser solto em final de 1972 só consegui emprego em final de 1973. Mas não quis comprometer o dono do jornal e saí.
Passei a trabalhar com datilografia tendo apoio do pessoal de Ciências Sociais, Sociologia e Antropologia eu datilografava teses, dissertações trabalhos, etc, foi como consegui sobreviver sem vínculo empregatício. Depois descreve como entrou na IBM.
Cita: Reinoldo Athem, Moises Polac – preso político, Nelson Priet Bonn – preso político que morre de problemas cardíacos; Pedro Ivo [O...], foi casado com Tereza Urban, preso e torturado em Curitiba.
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- Violência de estado [390]
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