Al Dakhel, cartografias como experiência : reflexões a partir de um trabalho de campo na Palestina
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Data
2020Autor
Oliveira, Rafael Gustavo de, 1983-
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Resumo: Pensar a Palestina a partir dos imperativos cartográficos impressos sobre a região, que delimitam espaços no que chamo "binômio rígido", a saber, "Palestina vs Israel", pode incorrer no ofuscamento das construções, usos e acionamentos de categorias locais de territorialidade e suas equivalências identitárias. Estas categorias, no entanto, em contraposição à tal rigidez, terminam por construir uma "Palestina única", composta por quatro espaços distintos, a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, Jerusalém e, por último, Al Dakhel - "dentro", ou sua variante, "48", cujo acionamento e sentido se dá em lugar do que chamarei de categoria contrastiva, a saber, "Israel". Dito de outro modo, a Palestina, em acordo com expressões locais de territorialidade, não se delimita, enquanto espaço, aos chamados "Territórios Palestinos". Fruto de aproximadamente dois anos de trabalho de campo, é a partir de minha vivência enquanto antropólogo e, também, como professor de violão que traço os argumentos aqui apresentados, uma vez que, alocado no corpo institucional de conservatórios de música locais, tive acesso e compus diferentes estratégias e práticas de mobilidade. No exercício de tais atividades, fui acometido da necessidade de mover-me entre, principalmente, a Cisjordânia e Jerusalém, contudo, sem desfrutar de documentos permissivos por certos períodos de tempos. Com isto, estratégias de movimento e trânsito por e entre os diferentes espaços aqui citados tornaram-se componentes de meu cotidiano. A partir disto, como apresento neste trabalho reflexivista, passei a refletir sobre mobilidade e suas inerentes complexidades locais enquanto componentes da construção desta referida "Palestina única". Palavras-chave: Palestina. Mobilidade. Territorialidade. Abstract: Thinking of Palestine only from the cartographic imperatives printed on the region, which delimit spaces in what I call "rigid binomial", namely, "Palestine vs. Israel", may incur the erasure of local categories of territoriality and their identity equivalences. These categories, however, in opposition to such rigidity, end up constituting a "single Palestine", composed of four distinct spaces: the West Bank, the Gaza Strip, Jerusalem and, finally, Al Dakhel - (Arabic for "within") or its variant '48, which exists in what I will call "contrasting category", namely "Israel". In other words, "Palestine," according to local expressions of territoriality, is not limited as a space to the so-called "Palestinian Territories". As a result of approximately two years of fieldwork, it is through my experience there as an anthropologist as well as guitar teacher that I trace the arguments presented here. While working there in local music conservatories, it became necessary for me to understand and establish various strategies and practices of mobility. In carrying out such activities, I was affected by the need to move primarily between the West Bank and Jerusalem, however, without necessary permissive documents for certain periods of time. Thus, strategies of movement and transit through and between the different spaces mentioned here became components of my daily life. From this, as I present in this reflexivist work, I started to reflect on mobility and its inherent local complexities as components of the construction of a "single Palestine". Keywords: Palestine. Mobility. Territoriality
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- Teses [3]