Aplicação do instrumento Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT) para rastreamento de transtorno do espector autista em lactentes de alto risco
Abstract
Resumo: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um dos transtornos do neurodesenvolvimento mais prevalentes na infância e, entre os principais grupos de risco, estão os lactentes prematuros e os de baixo peso ao nascer. Recomenda-se a triagem para TEA em todas as crianças entre 18 e 24 meses de idade por meio do instrumento Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT) para reconhecer sinais de alerta e realizar o diagnóstico precocemente. Objetivos: Determinar a frequência de rastreamento positivo para TEA no M-CHAT em uma população de lactentes que nasceram com menos de 32 semanas de idade gestacional e/ou com peso de nascimento menor ou igual a 1.500 gramas (grupo LMP) comparada com uma população de lactentes que nasceram com mais de 37 semanas (grupo LT) e identificar os fatores de risco associados a um resultado de triagem positiva. Metodologia: Estudo observacional analítico transversal, envolvendo dois grupos de lactentes acompanhados em ambulatório de pediatria de um hospital terciário, para os quais foi aplicado o questionário M-CHAT na idade entre 18 e 24 meses e avaliada a exposição aos fatores de risco perinatais. Resultados: Seis (13,3%) lactentes do grupo LMP apresentaram triagem positiva e dois (7,7%) do grupo LT. Foi observada frequência alta de triagem positiva para o sexo feminino em ambos os grupos (12,5% e 16,7%, respectivamente); e 64,4% do grupo LMP e 34,6% do grupo LT apresentou falha em pelo menos uma questão. No grupo LT, foi observado que as médias de idade paterna e de peso de nascimento eram maiores para os lactentes com triagem positiva (p<0,01) e, no grupo LMP, os lactentes com triagem positiva nasceram com idade gestacional menor (p<0,01) e apresentaram como fator de risco a displasia broncopulmonar (p=0,02). Conclusão: A prevalência de triagem positiva foi elevada, especialmente no sexo feminino, e os lactentes muito prematuros apresentaram mais falhas nas questões do M-CHAT. Mesmo que apresentem resultados divergentes na literatura, diversas intercorrências no período perinatal podem estar associadas à predisposição de desenvolver TEA. Os achados reforçam a ideia de que a triagem para TEA deve ser realizada rotineiramente nas consultas de puericultura em todas as crianças. Palavras-chave: Prematuro. Transtorno do Espectro Autista. Rastreamento. Abstract: Autistic Spectrum Disorder (ASD) is one of the most prevalent neurodevelopmental disorders in childhood and among the main risk groups are premature infants and low birth weight infants. Screening for ASD is recommended in all children aged 18-24 months using the Modified Checklist for Autism in Toddlers (MCHAT) instrument to recognize warning signs and subsequent early diagnosis. Objectives: Determine the frequency of positive screening for ASD in M-CHAT in a population of infants born less than 32 weeks of gestational age and/or with birth weight less than or equal to 1.500 grams (LMP group) compared to an infant population who were born more than 37 weeks (LT group) and identify the risk factors associated with a positive screening result. Methodology: Cross-sectional observational analytical study involving two groups of infants followed at a pediatric outpatient clinic of a tertiary hospital, for which the M-CHAT questionnaire was applied at ages 18 to 24 months and evaluated at exposure to perinatal risk factors. Results: Six (13,3%) infants in the LMP group had positive screening and two (7,7%) in the LT group. High frequency of positive screening was observed for females in both groups (12,5% and 16,7%, respectively); and 64,4% of the LMP group and 34,6% of the LT group failed at least one issue. In the LT group, it was observed that the mean paternal age and birth weight were higher for the positively screened infants (p<0.01) and, in the PML group, the positive screened infants were born at a lower gestational age (p<0,01) and presented as risk factor bronchopulmonary dysplasia (p=0,02). Conclusion: The prevalence of positive screening was high, especially in females, and very premature infants had more flaws in M-CHAT issues. Even though they present divergent results in the literature, several complications in the perinatal period may be associated with the predisposition to develop ASD. The findings reinforce the idea that ASD screening should be routinely performed in childcare consultations in all children, aiming at both diagnosis and early intervention. Keywords: Premature. Autistic Spectrum Disorder. Tracking.
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