No Brasil, xenofobia tem cor e alvo : a realidade do deslocamento humano de haitianos ao Brasil, através do Estado do Acre, pós-catástrofe natural no Haiti em 2010
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Data
2018-02-20Autor
Cruz Neto, Reinaldo Venâncio da
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Mostrar registro completoResumo
No ano de 2010 um país americano - Haiti - sofreu uma extrema catástrofe natural que vitimou mais de 300 mil pessoas e desabrigou outras três milhões, segundo informado pelo primeiro-ministro haitiano Jean-Max Bellerive. Foi iniciado um deslocamento migratório pela sobrevivência, diversos haitianos começaram a migrar para outros Estados Internacionais em busca de melhores condições humanas. Nesse cenário o Brasil se apresenta como um excelente anfitrião, capaz de lhes assegurar uma vida digna. Favorecido por diversos fatos internacionais, o Brasil rapidamente se torna um país destino aos haitianos que iniciam um trajeto desconhecido até este país. A recepção brasileira, tanto pública quanto particular, se apresenta acolhedora e garantidora de Direitos Humanos em um primeiro momento. Posteriormente o comportamento social vai sendo alterado, a medida em que a onda imigratória se fortalece e adquire caráter permanente. Atos nacionais de discriminação passam a ser direcionados aos imigrantes haitianos. Atos que não são identificados em tal escala contra imigrantes brancos. A sociedade particular transforma a recepção acolhedora em demonstrações de xenofobia e racismo, caracterizando um alvo específico para tais comportamentos: o imigrante negro. Os direitos mais básicos começam a ser dificultados e os haitianos começam a enxergar um novo terremoto: o da xenofobia. Uma revolta haitiana é necessária para uma real efetivação de direitos por parte de órgãos públicos. Assim, tendo como um dos motivadores o comportamento social, os haitianos se veem obrigados a lutar por melhores condições de vida, seja em território brasileiro seja em outro país que os acolha e garanta o mais básico dos direitos, uma vida digna.