Admite-se homem-máquina : a categoria dos vigilantes no Paraná
Resumo
Resumo: As transformações sofridas pelo mundo do trabalho, a partir da década de 70, quando o modo de produção fordista entra em crise, permitem a introdução de inovações tecnológicas e organizacionais. Dentro dessa perspectiva, este estudo contextualiza a dinâmica da categoria profissional dos empregados em empresas de segurança, que surge no final dos anos 60, no período da ditadura militar, como uma força paramilitar, na tentativa de defender os bancos contra a ação de militantes de esquerda. Sendo uma categoria que tem seu surgimento ligado ao setor serviços e à terceirização, as empresas de segurança eram gerenciadas, na sua maioria, por ex-coronéis da polícia. Esse indivíduo que se toma vigia veio do campo, expulso pela política agrícola de modernização das técnicas produtivas e pela intensificação da pecuária. Vem para a cidade atraído por melhores condições de vida; não conseguindo ser absorvido pela indústria, pela falta de qualificação e, em muitos casos, pelo fato de ser analfabeto, incorpora-se ao setor terciário, junto a empregadas domésticas e a vendedores ambulantes. O perfil da categoria é redesenhando a partir das transformações que estão ocorrendo, principalmente o aumento do setor serviços e o processo acelerado de terceirização. A introdução de equipamentos eletrônicos - sistema de vídeos, alarmes - exige do vigilante novos requisitos, tais como uma nova aparência física - ter no mínimo l,70m, e conhecimento básico de informática, além noções de idioma estrangeiro e segundo grau completo. E, em decorrência as alterações sofridas pelos sindicatos. Abstract: The changes ocurring in the world of work, beginning with the crisis of the Fordist production regime, introduce technological and organizational innovations. From this perspetive, this study contextualizes the dynamics of the occupational category made up of workers employed by security companies, a group that dates back to the military dictatorship at the end of the sixties, created as a paramilitary force for the defense of banks against militant leftist actions. The emergence of this category is linked to the service sector and to sub-contracting, with most of the firms providing this service managed by ex-police officers. The workers who become safety guards are usually natives of the coutryside, from which they have fled as a result of agricultural polices involving the modernization of produtice techniques and the intensification of animal husbandry. They come to the city in search of better lving conditions and are unable to get industrial employment due to lack of skills and, in many cases, illiteracy; thus, together with domestic workers and street vendors, they enter the terciary sector. I look at changes that occur affecting the type of worker that is required, particularly the way the growth of the service sector and the accelerated process of subcontracting and the introduction of electronic equipment (video and alarm systems) have led to requirements such as a minimum height of lm 70cm, a high school diploma and basic knoledge of computer use and a second language.
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