Essays on institutional economics
Abstract
Resumo: Esta tese discorre sobre a economia institucional original, abordagem inicialmente desenvolvida por Thorstein B. Veblen (1857-1929) e John R. Commons (1862-1945). A tese está estruturada em três ensaios que, em caráter geral, discutem a metodologia e a história do pensamento econômico institucionalista. Especificamente, os ensaios envolvem o pluralismo e a interdisciplinaridade da abordagem institucionalista em três diferentes níveis. O primeiro ensaio diz respeito ao nível individual, e sistematiza a teoria proposta pelo institucionalista contemporâneo Geoffrey M. Hodgson (1946-), considerando suas publicações até o ano de 2017. Ao discutir as contribuições recentes de Hodgson, o ensaio enfatiza o princípio evolucionário da determinabilidade, referindo-se a investigações causais e históricas quanto às origens e transformações das motivações humanas. Nesta seara, destacam-se questões sobre moralidade e legalidade na análise institucionalista sobre os hábitos de pensar e agir que regem o comportamento humano em sociedade. O segundo ensaio diz respeito ao nível da economia heterodoxa, e analisa a receptividade institucionalista em relação à economia pós-keynesiana. Argumenta-se que os conceitos de tempo histórico, teoria monetária de produção, incerteza fundamental, demanda efetiva e instabilidade financeira são significativos para explicar o processo de abertura dos institucionalistas ao póskeynesianismo. Particularmente, por meio de uma abordagem bibliométrica no periódico Journal of Economic Issues (1967-2016), o ensaio traz evidências de uma receptividade crescente dos institucionalistas à teoria pós-keynesiana ao longo das últimas cinco décadas. Finalmente, o terceiro ensaio ultrapassa as fronteiras tradicionais da ciência econômica e conecta a economia institucional à filosofia política comunitarista. As semelhanças destacadas envolvem, primeiro, investigações históricas e culturalmente circunstanciadas da ação humana e, segundo, análises críticas sobre os limites dos mecanismos de mercado para o processo socioeconômico. O ensaio exemplifica tais semelhanças ressaltando como as análises históricas da institucionalista Anne Mayhew (1936-) e do filósofo político comunitarista Michael J. Sandel (1953-) ajudam a explicar o descontentamento popular e os protestos agrários que ocorreram na Era Dourada dos Estados Unidos da América. Considerando valores sociais que vão além de instituições de mercado e de julgamentos pecuniários, o ensaio propõe um projeto de pesquisa comum entre economistas institucionalistas e filósofos comunitaristas no tocante aos limites morais do mercado e às consequências cívicas dos arranjos econômicos. Ao todo, a tese enfatiza que o processo econômico é parte de um amplo processo de provisionamento social que demanda investigações históricas, plurais e interdisciplinares, tais quais a oferecida pela abordagem institucionalista. Palavras-chave: Economia institucional original. Economia pós-keynesiana. Filosofia comunitarista. Pluralismo. Interdisciplinaridade. Abstract: This dissertation addresses the approach of original institutional economics in the tradition of Thorstein B. Veblen (1857-1929) and John R. Commons (1862-1945). The dissertation is structured into three essays that, in general, discuss the institutionalist methodology and history of economic thought. Specifically, the essays address the pluralism and interdisciplinarity of the institutionalist approach at three different levels. The first essay concerns the individual level, and systematizes the institutional theory proposed by the contemporary institutionalist Geoffrey M. Hodgson (1946-), considering his publications up to the year of 2017. In discussing Hodgson's recent contributions, the essay emphasizes the evolutionary principle of determinacy, referring to causal investigations of the historicallyspecific origins and transformations of human motivations. In this sense, the essay highlights the roles played by morality and legality in the institutionalist analysis of the habits of thought and action that govern human behavior in society. In broader terms of economic heterodoxy, the second essay analyzes institutionalists' receptivity to post Keynesian economics. It is argued that the ideas of historical time, monetary theory of production, fundamental uncertainty, effective demand, and financial instability help explain institutionalists' openness towards post Keynesianism. Particularly, by means of a bibliometric approach to the Journal of Economic Issues (1967-2016), the essay evidences an increasing receptivity of institutionalists to post Keynesian theory over the past five decades. Finally, the third essay goes beyond the traditional boundaries of economics and connects institutional economics to communitarian political philosophy. The essay claims two major similarities between institutionalism and communitarianism, involving, first, historically and culturally detailed investigations of human action and, secondly, critical assessments of the limits of market mechanisms for the socioeconomic process. The essay exemplifies these similarities by highlighting how the historical analyses of the institutionalist Anne Mayhew (1936-) and the communitarian philosopher Michael J. Sandel (1953-) help explain Americans' discontent and farm protests during the Gilded Age. Considering social values that go beyond market institutions and pecuniary canons of value, the essay proposes a common research project for institutional economists and communitarian philosophers regarding the moral limits of markets and the civic consequences of economic arrangements. Overall, the dissertation emphasizes that the economic process is part of a broader process of social provisioning that asks for historical, plural and interdisciplinary investigations, such as those offered by the institutionalist approach. Key-words: Original institutional economics. Post Keynesian economics. Communitarian philosophy. Pluralism. Interdisciplinarity.
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- Teses [79]