A volatilidade cambial e seus efeitos sobre os fluxos comerciais : evidências do comportamento setorial utilizando dados mensais do comércio entre Brasil e União Europeia
Resumo
Resumo: O Mercosul (Mercado Comum do Sul) foi fundado em 1991 como uma aliança comercial regional com objetivo de dinamização das economias dos países signatários, a partir da derrubada de barreiras comerciais tarifárias e não tarifárias. Uma das regras de funcionamento estabelecidas foi de que os acordos de livre comércio com terceiros países ou blocos teriam de ser negociados em bloco. Isso tornou-se um entrave para a política exterior brasileira na medida que dificultou uma maior integração comercial com o resto do mundo. Dentre os possíveis acordos que o Brasil pode celebrar, destacam-se as conversações bilaterais com a União Europeia. Diante do presente contexto, este trabalho visa analisar o comércio Brasil- União Europeia no que diz respeito ao impacto da volatilidade da taxa de câmbio real bilateral sobre os fluxos de comércio em nível setorial. Frequentemente pensase que a volatilidade cambial gera dificuldades que desincentivam e reduzem os fluxos de comércio. Contudo, a literatura mostra que nem sempre essa associação é correta. É preciso analisar as relações entre os diferentes parceiros comerciais, os diferentes setores e produtos comercializados para evidenciar essa influência. Este estudo analisa as exportações e importações bilaterais entre Brasil e União Europeia de janeiro de 2003 a julho de 2016, utilizando o modelo ARDL (Autoregressive Distributed Lag), proposto por Pesaran, Shin, and Smith (2001). Como medida de volatilidade, proxy do risco cambial, foi utilizado o modelo GARCH. Dentre os resultados encontrados, pode-se destacar a predominância do impacto positivo na análise da exportação e o impacto negativo nas importações. Além disso, constatouse que na maioria dos casos ocorre uma intensificação do efeito da volatilidade do câmbio no longo prazo, ao comparar essa situação com o curto prazo. PALAVRAS-CHAVE: ARDL; GARCH; câmbio real bilateral; fluxos de comércio. Abstract: The Mercosul (Common Market of the South) was founded in 1991 as a regional trade agreement with the aim of boosting the economies of member countries, from the overthrow of tariff and non-tariff trade barriers. One of the established rules of operation was that free-trade agreements with third countries or blocs would have to be negotiated together. This has become a barrier to Brazilian foreign policy as it has made it difficult to achieve greater trade integration with the rest of the world. Among the possible agreements that Brazil could celebrate, we can highlight the bilateral talks with the European Union. Given this context, this paper aims to analyze the trade between Brazil and the European Union regarding the impact of the volatility of the bilateral real exchange rate on trade flows at the sectoral level. It is often thought that exchange rate volatility generates difficulties that discourage and reduce trade flows, yet the literature shows that this association is not always correct. It is necessary to analyze the relationships between the different trading partners, the different sectors and products traded to show this influence. This study analyzes the bilateral exports and imports between Brazil and the European Union from January 2003 to July 2016, using the Autoregressive Distributed Lag (ARDL) model proposed by Pesaran, Shin, and Smith (2001). As a measure of volatility, proxy for exchange rate risk, GARCH was used. Among the results found, it is possible to highlight the predominance of the positive impact on the export analysis and the negative impact on imports. In addition, it has been found that in most cases there is an intensification of the effect of exchange rate volatility in the long term, when comparing this situation with the short term. KEY-WORDS: ARDL; GARCH; bilateral real exchange rates; trade flows.
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