Resultados da cirurgia transesfenoidal realizada por uma única equipe neurocirúrgica no tratamento da acromegalia : comparação entre diferentes critérios bioquímicos na análise da remissão da doença
Abstract
Resumo: Objetivos: avaliar os resultados da cirurgia transesfenoidal (CTE) realizados por uma única equipe neurocirúrgica na acromegalia, utilizando diferentes critérios bioquímicos. Pacientes e Métodos: Análise retrospectiva de pacientes com acromegalia acompanhados entre 2001-2011. Os critérios de inclusão foram: disponibilidade de exame de ressonância magnética (RM) no pré-operatório; disponibilidade de dosagens de GH basal e IGF-1 nos períodos pré e pós-operatórios; CTE realizada pela mesma equipe; ausência de tratamento medicamentoso e/ou radioterápico previamente ao tratamento neurocirúrgico. O grupo de estudo (GE) foi classificado em doença controlada (DC): GH basal e IGF-1 normal; doença não controlada (DNC): GH basal e IGF-1 elevados; discordância bioquímica (DB): GH normal e IGF-1 elevado (DB I) ou GH basal elevado e IGF-1 normal (DB II). GH basal normal foi definido pelo critério antigo (CA) como <= 2,5 µg/L e pelo critério novo (CN) como <= 1 µg/L, e os valores normais de IGF-1 foram definidos de acordo com o kit e ajustados para idade. Foram avaliadas as características epidemiológicas, clínicas, bioquímicas e radiológicas que influenciaram os resultados no curto prazo (3 meses após CTE) e no longo prazo. Resultados: O GE foi formado por 54 pacientes (30 homens, 24 mulheres, idade 41,5±12,3 anos, 90,7% macroadenomas, seguimento de 50,2±37,4 meses). Após 3 meses da CTE, 25 (46,3%) dos pacientes pelo CA e 15 (27,8%) pelo CN apresentaram DC; 19 (35,8%) pelo CA e 25 (47,2%) pelo CN apresentaram DNC; 9 (16,7%) pelo CA e 3 (5,6%) pelo CN apresentaram DB I; 1 (1,9%) pelo CA e 11 (20,4%) pelo CN apresentaram DB II. No longo prazo, 6 (66,6%) pacientes com DB I evoluíram para DC pelo CA e 3 (100%) apresentaram DC pelo CN, enquanto que 1 paciente com DB II evoluiu com DC pelo CA e 9 (81,8%) pelo CN, resultando numa taxa de DC no longo prazo de 59,3% e 50% pelo CA e CN, respectivamente. O grau de invasão tumoral e a curva de experiência da equipe associaram-se significativamente com os resultados cirúrgicos (p<0,001). Conclusões: Os resultados da CTE na acromegalia foram influenciados pelo grau de invasão do tumor e experiência da equipe. As taxas de sucesso dependem dos critérios bioquímicos adotados, sendo significativamente menores quando se utilizam os valores de GH mais baixos sugeridos pelos CN, impactando na abordagem fármaco-econômica da acromegalia. Palavras chaves: acromegalia, cirurgia transesfenoidal, farmacoeconomia. Abstract: Aim: To evaluate the results of transsphenoidal surgery (TS) performed by one neurosurgical team in acromegaly using different biochemical criteria. Patients and Methods: Retrospective analysis of patients with acromegaly followed between 2001-2011. Inclusion criteria were availability of magnetic resonance imaging (MRI) before surgery; availability of GH and IGF-1 measurements in the pre and post-operative periods; TS performed by the same team; none medical treatment or radiotherapy prior to TS. The study group was classified in controlled disease (CD): normal GH and IGF-1; uncontrolled disease (UD): elevated GH and IGF-1; biochemical disagreement (BD): normal GH and elevated IGF-1 (BD I) or elevated GH and normal IGF-1 (BD II). Normal basal GH was defined by the old criteria (OC) as <= 2.5 µg/L and by the new criteria (NC) as <= 1 µg/L, and normal IGF-1 levels were determined in accordance with the kit and adjusted for age. Epidemiological, clinical, radiological and biochemical characteristics that could affect the results in the short (3 months after TS) and long term were evaluated. Results: Study group consisted of 54 patients (30 men, 24 women, age 41.5±12.3 yr; 90.7% macroadenomas; follow-up 50.2±37.4 months). After 3 months of TS, 25 (46.3%) patients by OC and 15 (27.8%) by NC presented CD; 19 (35.8%) by OC and 25 (47.2%) by NC presented UD; 9 (16.7%) by OC and 3 (5.6%) by NC presented BD I; 1 (1.9%) by OC and 11 (20.4%) by NC presented BD II. In the long term, 6 (66.6%) patients with BD I evolved to CD by OC and 3 (100%) by NC, while 1 patient with BD II evolved to CD by OC and 9 (81.8%) by NC, resulting in a long term-CD rate of 59.3% and 50% by OC and NC, respectively. The degree of tumor invasion and the team's experience curve were significantly associated with the surgical outcomes (p <0.001). Conclusions: The results of TS in acromegaly were influenced by the degree of tumor invasion and team experience. Success rates depend on the biochemical criteria adopted, with lower rates using NC, with impact on pharmacoeconomic approach of acromegaly. Keywords: acromegaly, transsphenoidal surgery, pharmacoeconomics.
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