Fatores que podem influenciar na adesão aos antineoplásicos orais
Resumo
Resumo: A adesão à farmacoterapia dos pacientes portadores de doenças crônicas é um problema de saúde pública mundial. O câncer é uma doença crônica cuja incidência está aumentando em decorrência do envelhecimento da população, do maior acesso ao diagnóstico precoce e dos avanços obtidos com novos tratamentos. Identificar os fatores de risco de má adesão é fundamental para que medidas corretivas possam ser adotadas. Esse estudo avaliou o nível de adesão aos Antineoplásicos Orais dos pacientes em tratamento em um hospital universitário no sul do Brasil. No total 222 pacientes em uso de anastrozol, capecitabina, flutamida, hidroxiuréia e tamoxifeno foram avaliados através da aplicação de três instrumentos validados para aferir a adesão ao tratamento oral e identificar os fatores de risco para a má adesão desta população. Dos pacientes, 75% têm dúvidas sobre a doença ou o tratamento e 77% desejam entender melhor esses dois aspectos. Na regressão logística os fatores com significância estatística (IC 95%) foram a idade (OR=0,229, p=0,0060), insônia (OR=5,985, p=0,0006), preocupação com o tratamento (OR=3,569, p=0,0159), esquecimento (OR=0,271, p=0,0172), n° de doses diárias (OR=0,208, p=0,0068), falta de recursos financeiro para compra de medicamentos (OR=0,216, p=0,0041) e a relação com a equipe de saúde (OR=0,162, p=0,0015). O resultado da regressão logística indicou que sete fatores são os responsáveis por 27,63% dos casos de não adesão. Com o presente trabalho foi possível identificar oportunidades de intervenção no sentido de melhorar a gestão da farmacoterapia e o comprometimento do paciente e da equipe de saúde na busca de melhores resultados da terapia farmacológica. Palavras-chave: Adesão. Incumprimento. Farmacêutico Clínico. Atenção Farmacêutica. Agentes Antineoplásicos. Câncer. Abstract: Adherence to pharmacotherapy of patients with chronic diseases is a problem of global public health. Cancer is considered a chronic disease whose incidence is increasing due to the aging population, early diagnosis and progresses made with new treatments. Identifying the poor adherence levels of risk factors is essential so corrective measures can be adopted. The purpose of this study is to evaluat the adherence level of patients based on data collected from patients at a teaching hospital in Southern Brazil. Previous studies have been performed on similar population’s parameters; This study applied three instruments, ARMS, BMQ, and Marques with the purpose of identifying risk factors for poor adherence to oral medications. Two hundred and twenty-two (222) patients being prescribed anastrozole, capecitabine, flutamide, hydroxyurea, and tamoxifen were evaluated. The vast majority of patients (75%) have questions about the disease or treatment and (77%) want to better understand these two aspects. In logistic regression factors with statistical significance were age (OR=0,229, p=0,0060), insomnia (OR=5,985, p=0,0006), worry with treatment (OR=3,569, p=0,0159), forgetfulness (OR=0,271, p=0,0172), n° of doses being taken (OR=0,208, p=0,0068), lack of resources (OR=0,216, p=0,0041) and the relationship with clinical staff (OR=0,162, p=0,0015). The results of logistic regression show that seven factors were responsible for 27.63% of the cases of non-compliance. The study has shown possible intervention opportunities to the clinical team where better management of pharmacotherapy and commitment of the patient to adherence can be achieved, resulting in better outcomes. Key-words: Adherence. Non compliance Clinical Pharmacist. Pharmaceutical Care. Antineoplastic Agents. Cancer.
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