Representações sociais da AIDS : entre permanências e ressignificções
Resumo
Resumo: Esta tese, no âmbito da Sociologia da Saúde, aborda a problemática das representações sociais da aids, impactadas pelas representações das epidemias ao longo da história. Compreender a aids envolve o esforço de captar as suas representações sociais e os fenômenos que permeiam o emaranhado de conhecimentos que a envolvem, desde as vias de transmissão até os comportamentos dos indivíduos a ela relacionados. Neste sentido, buscou-se similitudes das representações sociais da aids com outras epidemias na história, com o intuito de identificar as representações das Epidemias ao longo da história e seu impacto e ressignificação nas representações sociais da aids, explorar as representações das epidemias do passado que permanecem no contexto da aids e identificar os diferentes atores que atuam na construção das representações sociais das epidemias nos diferentes contextos e tempos históricos. Na perspectiva da sociologia histórica realizou-se pesquisa bibliográfica e também foram utilizadas outras quatro fontes de pesquisa: a) entrevista aberta com 8 líderes de ONGs/Aids; b) aplicação de questionário semiestruturado com 218 participantes; c) matérias da Revista Veja de 1985-2000; d) obras e tratados históricos sobre as epidemias contemporâneas. As hipóteses propostas constituíram elementos norteadores do trabalho, a partir dos quais se pensou que as representações sociais produzidas ao longo da história, a partir de grandes epidemias como a Peste Negra, estavam presentes no primeiro momento da epidemia de aids sob as formas de permanência e ressignificação. Nota-se que as representações se constituem a partir do pensamento mágico-religioso e do técnico-científico, constituindo o que chamamos de estruturas e matrizes representacionais. Assim, os resultados apresentados contemplam a ideia de que as representações não podem ser compreendidas isoladamente, mas como um todo num sistema que congrega diversas matrizes, principalmente as matrizes mágico-religiosa e o técnico-científica. Os dados coletados, no seu conjunto, possibilitaram uma visualização sinótica das representações das epidemias desde as antigas até as contemporâneas, como a aids, o que tornou possível destacar algumas representações que estão presentes na história das epidemias e que são ressignificadas de acordo com cada contexto no qual se faz presente. Palavras-chave: Aids. Sociologia da Saúde. Representações Sociais. Epidemias. Abstract: This thesis, on Sociology of Health's scope, addresses the issue of social representations of aids, affected by the representations of epidemics throughout history. Understanding aids involves the effort to capture their social representations and phenomena that permeate the web of knowledge that involve it, since the transmission routes up to the behavior of individuals related to it. In this sense, we sought to similarities of social representations of aids with other epidemics in history, in order to identify the representations of epidemics throughout history and its impact and resignification on the social representations of aids, to explore the representations of past epidemics witch remain in the context of aids and to identify the different actors involved in the construction of social representations of epidemics in different contexts and historical times. In the perspective of historical sociology the bibliographic search was conduct and were also used four research sources: a) open interviews with eight leaders of NGOs/ Aids; b) application of semi-structured questionnaire with 218 participants; c) report news of Veja magazine from 1985-2000; d) works and historical treatises on contemporary epidemics. The proposed hypotheses formed guiding elements of the work, from which it was thought that the social representations produced throughout history, from major epidemics such as the Black Death, were present at the very beginning of the aids epidemic in the forms of permanence and resignification. Note that the representations are constituted from the magica-lreligious thought and scientific-technical, constituting what we call structures and matrixes representational. Thus, the results presented include the idea that the representations can not be understood in isolation but as a whole a system that brings together several matrixes, especially the magical-religious and technical-scientific ones. The data collected, together, allowed a synoptic view of the representations of epidemics, such as aids, from ancient to contemporary, which made it possible to highlight some representations that are present in the history of epidemics and which are new meanings according to each context in which it is present. Keywords: Sociology of health. Social Representations. Epidemics. Aids.
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