Tempo presente, deslocamento e identidade em terra estrangeira (1955).
Resumo
Resumo: Entre os anos de 1991 e 1994, o cinema brasileiro apagou-se do imaginário do seu público tradicional. No entanto, em 1995 os cineastas pareciam já estarem se adaptando as modificações no esquema de captação de recursos implementados no intuito de suprir a falência do antigo modelo que havia sido desmantelado durante o governo de Fernando Collor (1990-1992). A partir de então, foram sendo lançados títulos de sucesso e de grande relevância. Não havia um projeto, entretanto, como houve no passado, mas existia ao menos um princípio de coerência: muitas narrativas abordavam a mobilidade geográfica e as diferenças culturais. Diante de um amplo campo de produções, esta pesquisa se restringiu a uma análise do olhar presente em uma película em especifico, Terra Estrangeira (Walter Salles e Daniella Thomas, 1995), filme cuja narrativa revela um esforço em pensar o deslocamento a partir da experiência da movimentação de brasileiros para o exterior justamente durante os primeiros anos da redemocratização do país. Tendo em vista que a bibliografia consultada sugere que agora o cinema brasileiro estava integrando-se a uma nova era do capitalismo global, onde é comum a fascinação com a diferença e a mercantilização da alteridade, partimos da hipótese de que a obra poderia por si mesma atestar a possibilidade de uma resistência. Assim, tendo como recorte o contexto brasileiro dos anos 1990, o objetivo dessa dissertação foi o de analisar o cinema a partir da sua homologia com as temáticas do tempo presente, do deslocamento e da identidade. Por fim, este trabalho defendeu que Terra Estrangeira teve o seu lugar, contrapondo-se, em grande medida, ao movimento mais geral, caracterizado pela reafirmação das identidades tradicionais, pois a obra traz à tona uma crítica envolvendo a desterritorialização e a crise do sujeito moderno. Palavras-chave: Cinema brasileiro; Terra Estrangeira; Deslocamento; Identidade; Alteridade. Abstract: Between 1991 and 1994, the Brazilian cinema fade out of the traditional audience's feelings. However, in 1995, the filmmakers already had seemed to be adapting themselves to the changes in the financial support for producers and distributors of films implemented to replace the old model, which has been dismantled during the Governorship of Fernando Collor (1990-1992). From then on, some films have had success and great relevance. There was not a project, however, like happened in the past. There was just one principle of consistency: many narratives had brought the geographic mobility and the cultural differences to the screen. Faced with a large number of productions, we restrict ourselves in this research to study one particular, Terra Estrangeira (Walter Salles and Daniella Thomas, 1995), movie that narrative reveals an effort in thinking the displacement from experiences from the movimentation of Brazilians during the first years of the redemocratizacion. The bibliography suggests that now the Brazilian cinema was as part of a new era of global capitalism, when it is common the fascination with the difference and the commodification of alterity. Therefore, we set out the hypothesis that this movie could itself testify the possibility of resistance. Having as the historical background the Brazilian context of the 1990's, the purpose of this dissertation was to analyze the homologies between the fictional universe, social thought and reality. Finally, this paper argued that Terra Estrangeira took his place, opposed in large measure to the movement, because it brings up a review involving the deterritorialization and the crisis of the modern subject when the most was working with the reaffirmation of the traditional identities. Key-words: Brazilian cinema; Terra Estrangeira; Displacement; Alterity
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