Homocisteina e doença arterial coronariana : estudo em 195 pacientes submetidos a cinecoronariografia
Resumo
Resumo: Com o objetivo de avaliar a associacao dos niveis plasmaticos de homocisteina com a doenca arterial coronariana, foram estudados, de maneira prospectiva e consecutiva, 195 pacientes com idade inferior a 55 anos, submetidos a estudo cinecoronariografico. Todos os pacientes tiveram coletados dados referentes a idade, sexo, raca, pressao arterial, tabagismo, hipertensao em tratamento, atividade fisica, historia familiar de coronariopatia, medicamentos em uso e achados do exame fisico. Foram colhidas amostras de sangue em jejum para dosagens de homocisteina, colesterol, HDL colesterol, LDL colesterol, triglicerides, glicose, apolipoproteinas A I, A II, B, E, Lp(a) e fibrinogenio. Noventa e cinco pacientes apresentavam cinecoronariografia normal (Grupo Controle) e 100 pacientes tinham lesoes coronarianas (Grupo DAC). No grupo com doenca arterial coronariana, 15 pacientes apresentavam lesoes inferiores a 70% de obstrucao (Grupo DAC I) e 85 apresentavam lesoes iguais ou superiores a 70% (Grupo DAC II). Neste ultimo grupo, 7 pacientes possuiam lesoes tipo Bj, 32 pacientes lesoes tipo B2 e 46 pacientes lesoes tipo C. Entre os individuos do grupo DAC, 15 eram uniarteriais e 85 multiarteriais. Na comparacao entre os parametros dos grupos DAC e Controle, houve diferenca significativa para: colesterol, triglicerides, HDL colesterol, glicose, e apolipoproteinas AI, e B. A media da homocisteina plasmatica tambem foi maior no Grupo DAC em relacao ao Grupo Controle (p<0,05). Quando se comparou o Grupo DAC II com o Grupo Controle, houve tambem uma diferenca significativa (p<0,05). Esta diferenca foi tambem observada quando foram analisados os pacientes multi-arteriais e com lesoes tipo B2 em relacao ao Grupo Controle (p<0,05). Analisando o 90° percentil do Grupo Controle em relacao a homocisteina, observou-se que 21% dos pacientes com doenca arterial coronariana apresentavam niveis superiores aquele percentil (13,l|Limol/l), enquanto no Grupo Controle apenas 10,93% estavam acima daquele percentil (p<0,05). Separando os pacientes por sexo, nao se observou diferenca estatisticamente significativa entre as medias de homocisteina dos homens e das mulheres nos grupos Controle e DAC. Esta diferenca so foi significativa quando se agruparam todos os pacientes do sexo masculino e feminino, observando que o sexo feminino apresentou niveis de homocisteina mais baixos que 0 sexo masculino (p<0,01). Na analise de regressao linear, constatou-se que a homocisteina comportou-se como uma variavel nao correlacionada com relacao as variaveis quantitativas (p>0,05). Com as variaveis qualitativas, tambem nao se observou correlacao, utilizando-se 0 teste t de Student. Conclui-se que pacientes com doenca arterial coronariana apresentam niveis de homocisteina plasmatica mais elevados do que individuos sem esta doenca, indicando comportar-se como um fator de risco para aterosclerose coronariana. Abstract: In order to evaluate the association between plasma levels of homocystein and coronary artery disease, 195 patients under 55 years submitted to coronary investigation were consecutively and prospectively studied. All of them had data related to age, sex, etnic group, blood pressure, smoking, anti-hypertensive therapy, physical activity, familial coronariopathy history, physycal examination and drug therapy collected. Fasting blood samples had homocystein, cholesterol, HDL and LDL cholesterol, triglycerides, glycosis, AI, All and B apolipoproteins, Lp(a), and fibrinogen analyses. Ninety-five patients had normal coronary studies (control group) and 100 had coronary lesions (CAD group); 15 of these had lesions up to 70% obstructions (CAD I group) and 85 had 70% obstruction or above (CAD II group). Seven patients of CAD II group had B1 lesions, 32 had B2 lesions and 46 had C lesions. In CAD group, 15 patients had one-vessel disease and 85 had multiple lesions. Comparison between control and CAD groups showed significant differences related to cholesterol, triglycerides, HDL-cholesterol, glucosis, and AI, and B apolipoproteins. Plasma homocystein levels were also higher in CAD and CAD II groups than in controls (p<0,05). The same differences were observed between patients with multiple and B2 lesions and controls (p<0,05). Analysis of homocystein levels in 90th percentile of control group showed that 21% of patients with coronary disease had levels above that percentile (13,ljumol/l), while only 10,93% of controls had such levels (p<0,05). Plasma homocysteine levels from males and females in control and CAD groups showed no significant differences. Comparison between males and females showed significant differences only when all patients were analysed altogether, females having plasma homocysteine levels lower than males (p<0,01). Linear regression analysis showed that homocystein behaved as an non-correlated variable in relation to other quantitative risk factors (p>0,05). In relation to qualitative risk factors, this non-correlated was also observed (p>0,05). It is concluded that patients with coronary artery disease show plasma homocysteine levels higher than individual without that disease, so it behaves as a risk factor for coronary atherosclerosis.
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