Agricultura urbana
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Data
2012-12-14Autor
Ottmann, Michelle Melissa Althaus
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Resumo: Em várias cidades do mundo a Agricultura Urbana (AU) tem sido empregada para diminuir problemáticas de insegurança alimentar, degradação ambiental e iniqüidade social. Diante deste fato, este trabalho visou elucidar e explorar a situação atual da agricultura urbana praticada nos quintais da Favela do Parolin e Bairro Fanny, Curitiba, Paraná e nos jardins comunitários do Bronx, Nova Iorque, EUA. O trabalho está dividido em cinco partes. Primeiramente explorou a realidade da agricultura urbana praticada nos quintais da Favela do Parolin e Bairro Fanny, Curitiba, PR por meio de entrevistas abertas com representantes de instituições e aplicação de questionários aos freqüentadores das escolas públicas das comunidades. A segunda parte foi elaborada somente em relação ao Bairro Fanny por mostrar maior potencial para a prática, a qual se ateve a uma caracterização de fatores sociais, culturais e técnicos envolvidos na atividade, realizada por meio de entrevistas semi-abertas com os moradores (amostra referente a 10% das moradias de cada rua do bairro). A terceira parte caracterizou os quintais do Bairro Fanny em relação a sua contribuição à conservação da biodiversidade urbana, realizada por meio de inventário das plantas cultivadas, classificação como alimentícia, medicinal e/ou ornamental, identificação de espécies nativas e exóticas, quantificação de espécies exóticas invasoras e determinação da riqueza de espécies vegetais. Para a realização do inventário, também foram visitadas e entrevistadas as famílias de 10% das moradias de cada rua do bairro. A quarta parte elucidou a agricultura urbana praticada nos “Community Gardens” do Bronx, Nova Iorque, EUA, conduzida também por meio de entrevistas semi-estruturadas com os horticultores, seguindo uma amostra auto-seletiva (apenas os horticultores que se dispuseram a realizar a entrevista foram elencados) do total de 93 jardins comunitários familiares pertencentes à lista oficial da Operation Green Thumb. A quinta e última parte que caracterizou os “Community Gardens” no Bronx em relação à sua contribuição para a conservação da biodiversidade urbana, realizada por meio de inventário das plantas cultivadas, classificação como alimentícia, medicinal e/ou ornamental, identificação de espécies vegetais nativas e exóticas, quantificação de espécies exóticas invasoras e determinação da riqueza de espécies. A partir dos resultados obtidos com o estudo multicaso de agricultura urbana observou-se que apesar de localidades bastante divergentes em termos econômicos e sociais, existem pontos em comum especialmente em relação aos benefícios para quem exerce a atividade. Em relação à contribuição da prática da AU para a biodiversidade urbana pode-se inferir que no Bairro Fanny e Bronx, a maioria das plantas cultivadas não pertencem aos respectivos ecossistemas locais. No entanto, para ações efetivas da AU, tanto em quintais domésticos como em jardins comunitários, de contribuição à conservação de remanescentes naturais nos ambientes urbanos é necessário o uso adequado das espécies exóticas, especialmente aquelas com características invasoras e a população necessita ser alertada sobre essa problemática. Recomenda-se também maior atenção do poder público no sentido de criar mecanismos de proteção para ambos os espaços (quintais domésticos e jardins comunitários) que estão sendo gradualmente ameaçados pelo processo de gentrificação.
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