Estrutura financeira de empresas pós crise de 2008: mudanças e perspectivas
Resumo
Resumo: Este estudo tem por objetivo identificar a influência da crise financeira de 2008 na estrutura financeira das empresas mediante análise tradicional e dinâmica do capital de giro. Metodologicamente, a presente pesquisa é caracterizada como: estudo formal; ex post facto; descritivo; estatístico; e longitudinal, porque é feito em um período de dois anos. A abordagem é qualitativa e quantitativa, referente à evolução dos indicadores financeiros em cada trimestre de 2008 e 2009. A amostra é composta por 87 empresas atuantes em 16 setores da economia brasileira. Os setores são: energia, bens de consumo, varejo, transporte, serviços, siderurgia e metalurgia, têxteis, autoindústria, indústria da construção, indústria digital, papel e celulose, telecomunicações, mineração, produção agropecuária, atacado, química e petroquímica. Os dados foram coletados na base Economática. Os índices contábeis financeiros utilizados foram: liquidez seca (LS), liquidez corrente LC), liquidez geral (LG), saldo de tesouraria (ST), necessidade de capital de giro (NCG) e capital de giro (CDG). Executou-se análise estatística descritiva e aplicou-se o teste estatístico de correlação do coeficiente de Spearman para fins de atender o objetivo. Todas as variáveis são consideradas independentes. Dentre os resultados do estudo, destacam-se: os indicadores financeiros tradicionais demonstram tendência de queda nos níveis de liquidez das empresas a partir do quarto trimestre de 2008; o índice ST demonstra redução na capacidade de gerar liquidez e tendência de aumento no risco de insolvência em 76% das empresas analisadas, no período referente ao de início da crise no Brasil; a variação bruta por empresa e por trimestre mostra a redução na disponibilidade de recursos de caixa e uma redução na riqueza em meio ao contexto das estruturas financeiras da amostra; o coeficiente de Spearman confirma a correlação negativa por meio das variações brutas trimestrais para as variáveis dinâmicas do ST, NCG e CDG, cuja condição denota diferenciação no nível de disponibilidade do ST e redução dos recursos aplicados ao processo de produção durante a crise; a tipologia de Fleuriet demonstra aumento no número de empresas sob o risco de insolvência a partir do período de início da crise no Brasil. Por fim, o estudo revelou que a crise financeira de 2008 causou redução na disponibilidade de recursos utilizados na gestão do capital de giro das empresas estudadas, condição que evidencia a tendência de evolução para uma estrutura financeira menos favorável ao pleno desenvolvimento dos negócios após o início da crise no Brasil.
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