Detecção, por hibridização genomica comparativa, de anormalidades genéticas em tumores primários de mama e em metástases nos linfonodos sentinela correspondentes
Resumo
O desenvolvimento e a progressão do câncer de mama são conseqüências do acúmulo de alterações genéticas que podem resultar na perda do controle da proliferação de células epiteliais, invasão de tecidos e inibição da apoptose. Porém, pouco se sabe, atualmente, sobre as alterações específicas que ocorrem durante o processo metastático. A identificação de regiões/genes envolvidos associados com a progressão do câncer de mama é de grande importância para a compreensão do comportamento biológico e molecular do processo carcinogênico. Neste estudo, analisamos tumores primários e metástase em linfonodos sentinela correspondentes para determinar alterações genéticas específicas que estão presentes nestas lesões. Vinte tumores primários (TP) de mama e seus linfonodos sentinela (LS) correspondentes foram analisados por Hibridização Genômica Comparativa (CGH). Nos TP, as alterações cromossômicas observadas não se distribuíram ao acaso entre os casos estudados. As freqüências de alterações cromossômicas observadas por caso variaram de 1,8% a 10,5%. Foi observado ainda, que as alterações cromossômicas não se distribuíram ao acaso entre os cromossomos, variando de 1,4% a 11%, sendo que os cromossomos 1, 20 e 16 apresentaram o maior número de alterações. Nos LS, assim como nos TP, as alterações cromossômicas não se distribuíram ao acaso entre os casos e as freqüências de alteração cromossômica observadas por caso variaram de 1,1% a 13,3%. As alterações cromossômicas também não se distribuíram ao acaso entre os cromossomos, variando de 1,1% a 12,2%, sendo que os cromossomos 1, 6 e 19 apresentaram o maior número de alterações. O número total de alterações cromossômicas observadas nos TP (220) foi aparentemente maior do que nas metástases em LS (188), porém essa diferença não foi estatisticamente significante. Em 15 dos 20 (75%) casos analisados neste estudo, foi observada pelo menos uma alteração cromossômica em comum entre as amostras pareadas. Nos cinco casos restantes, as alterações diferiram completamente entre si. As alterações mais comuns encontradas em ambos os grupos estudados foram ganhos nos cromossomos 19, 16, 1p32~pter, 20, 17, 12q23~qter, 1q22~pter, 1q22~qter, 18p e perdas em 13q13~32, 6q13~q23, 2q22~q34. Neste estudo, foram observadas alterações cromossômicas ocorrendo preferencialmente em regiões cromossômicas específicas em ambas as lesões analisadas. Estas regiões devem ser melhor investigadas usando metodologias de maior resolução para caracterizar com maior precisão possíveis genes candidatos localizados nas mesmas, as quais podem apresentar um papel relevante no câncer de mama. Finalmente, um número maior de estudos em metástases em LS será importante para corroborar nossos achados e para caracterizar geneticamente estas lesões, fortalecendo a importância da biópsia de LS no estadiamento tumoral e prognóstico de pacientes com câncer de mama. Breast tumor development and progression are driven by an accumulation of genetic alterations that may result in loss of the cell proliferation control, tissues invasion and apoptosis inhibition. However, little is known about specific genetic changes that occur during this process. The identification of chromosomal regions/genes associated with each step in the breast cancer progression is important to understand the biological and molecular behavior of mammary carcinogenesis, and can ultimately contribute to prognosis and be used as potential targets for treatment. In this study we have analyzed primary breast tumors and their corresponding metastatic sites to determine specific genetic alterations that are present in each of these lesions. Twenty paired primary breast tumors (PT) and their matched sentinel lymph nodes (SLN) were investigated for DNA copy number changes or chromosomal changes, by Comparative Genomic Hybridization (CGH), a wide genome molecular cytogenetic methodology. In the PT, we observed a non-random involvement of chromosomal changes among the cases analyzed. The frequencies of chromosome alteration observed per case varied from 1.8% to 10.5%. Also, we found that the chromosomal changes did not occur randomly among the chromosomes, and chromosomes 1, 20 and 16 were the ones with higher number of changes. In the SLN, as we have observed for the PT, the chromosomal changes found did not occur randomly among the cases and the frequencies of chromosome alteration observed per case ranged from 1.1% to 13.1%. Chromosomal changes also did not occur randomly among the chromosomes and affected preferentially the chromosomes 1, 6 and 19. The total number of alterations detected in PT (220) was apparently higher than the one observed in SLN (188), however this difference did not reach statistic significance. In 15 of the 20 (75%) cases there was at least one chromosomal change common to both the PT and the SLN analyzed, whereas the alterations in the other 5 pairs of lesions differed completely between them. The most frequent changes present at both lesions were gains of 19, 16, 1p32~pter, 20, 17, 12q23~qter, 1q22~pter, 1q22~qter, 18p and losses of 13q13~32, 6q13~q23, 2q22~q34. In conclusion, we observed non-random alterations in specific chromosome regions in both of the tumor lesions analyzed in this study. These regions should certainly be further investigated, using higher resolution methodologies in order to accurately characterize the potential candidate genes located at these sites, which may present a relevant role in breast cancer. Finally, additional studies in SLN are of importance in order to support the recurrence of our findings and to genetically characterize these lesions, strengthening the role of the SLN biopsy in the tumor staging and prognosis of breast cancer patients.
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