Efeito do herbicida bentazon sobre o crescimento e a performance fotossintética da diatomácea Skeletonema costatum
Resumo
O ensaio de inibição de crescimento algal é utilizado há algumas décadas como o ensaio
padrão para se avaliar a toxicidade de químicos e amostras de ambientes poluídos sobre o
fitoplancton. Entretanto, na ecotoxicologia atual vem ganhando importância a utilização de
biomarcadores pois são capazes de detectar a presença de contaminantes em quantidades
ínfimas e fornecem informações sobre o estado fisiológico dos organismos expostos à
poluição. Este trabalho foi feito para determinar a toxicidade do herbicida bentazon, de
utilização comum na atividade da rizicultura desenvolvida nas planícies costeiras do sul do
Brasil, sobre o crescimento e o estado fisiológico (performance fotossintética) da
diatomácea marinha Skeletonema costatum. O efeito do herbicida sobre o crescimento da
algal foi medido através do ensaio convencional de inibição de crescimento algal e o efeito
sobre a performance fotossintética (Fv/Fm) através da medição da fluorescência variável da
clorofila a e um fluorímetro convencional e um fluorímetro de pulso de amplitude
modulada (PAM). Após a exposição da alga a diversos tratamentos com o herbicida
bentazon foi observada uma inibição tanto no crescimento como na Fv/Fm da espécie alvo.
A toxicidade do bentazon foi detectada anteriormente, logo no momento da adição do
herbicida, sobre a Fv/Fm e apenas após 24 horas de experimento sobre o crescimento da
alga. Os valores de concentração de efeito não observado (CENO), concentração de efeito
observado (CEO) e concentração efetiva mediana (CE50) foram de 11,25, 22,5 e 24,00
mg.L-1 e 1,41, 2,81 e 13 mg.L-1 para os parâmetros crescimento e Fv/Fm, respectivamente.
Assim, a Fv/Fm foi considerada mais sensível do que o crescimento algal para a avaliação
da toxicidade do bentazon sobre o fitoplancton O monitoramento da Fv/Fm também
permitiu uma avaliação mais detalhada no comportamento do efeito tóxico ao longo do
experimento. Com isto pode se observar uma tendência de recuperação do estado
fisiológico da espécie nos tratamentos de concentração mais baixas. Os valores de Fv/Fm
foram distintos entre as duas metodologias utilizadas para sua medição, entretanto os
percentuais de inibição obtidos (toxicidade medida) foram semelhantes. Assim, ambos os
fluorímetros utilizados nos experimentos de monitoramento da Fv/Fm mediram a
toxicidade do bentazon sobre S. costatum de forma eficiente. The algal inhibition growth test is used has some decades as the standard assay to evaluate
the toxicity of chemicals and polluted environmental samples on freshwater and marine
phytoplankton. However, in the current ecotoxicology it comes gaining importance the use
of biomarkers capable to detect the presence of toxic substances in lowermost amounts and
to supply information on the physiological state of the exposed organisms. This work was
conducted to determine the toxicity of herbicide bentazon, of common use in agricultural
activities (rice fields) developed in coastal plains of the southern brazillian coast, on the
growth and physiological state (photosystem II maximum quantum yield) of marine diatom
Skeletonema costatum. Bentazon effects on growth were measured by conducting the
conventional algal growth inhibition test and its effects on photosystem II maximum
quantum yield (Fv/Fm) by measuring the chlorophyll a variable fluorescence in
conventional and pulse amplitude modulated (PAM) fluorometers. After the exposition of
the algae to different bentazon treatments, it was observed an inhibition in the algae growth
and Fv/Fm. Bentazon toxicity was detected previously, with bentazon addition, on the
Fv/Fm whereas algal growth was affected just after 24 hours of exposure. The
ecotoxicological parameters no observed effect concentration (NOEC), observed effect
concentration (OEC) and median effective concentration (EC50), were 11,25, 22,5 e 24,00
mg.L-1 and 1,41, 2,81 e 13 mg.L-1 for algal growth and Fv/Fm monitoring, respectively.
Fv/Fm was considered a more sensitive parameter than algal growth to be used in the
evaluation of bentazon toxicity on phytoplankton. The Fv/Fm analysis also allowed a more
detailed evaluation on the behavior of the toxic effect during the experiment. Thus, it was
possible to observe trends of recovery in the species physiological state in the lower
exposure concentrations. The values of Fv/Fm were distinct between the two
methodologies used for its measurement, however the inhibition percentages on Fv/Fm
(measured toxicity) were similar. Thus, both fluorometers used in the Fv/Fm experiments
measured the toxic effects of bentazon on S. costatum efficiently.
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