Avaliação funcional de EphA2 e PBX1 no câncer de mama subtipo luminal A
Resumo
Resumo: O câncer de mama é o tipo de câncer mais incidente no mundo. Dentre os subtipos imunoistoquímicos de carcinomas mamários, o luminal A é o mais comum. Além dos tratamentos tradicionais com cirurgia, quimioterapia e radioterapia, pacientes com esse subtipo tumoral se beneficiam com a terapia alvo endócrina, sendo que o tamoxifeno é um dos principais medicamentos prescritos. Entretanto, durante a terapia contínua e prolongada, é comum surgirem células tumorais resistentes ao tamoxifeno. Dessa forma, encontrar novos alvos terapêuticos e desenvolver novas terapias-alvo para tumores refratários é essencial para a manutenção de um tratamento eficiente. O receptor tipo 2 de fatores de crescimento fibroblástico (FGFR2) está associado com o câncer de mama luminal. A partir de análises in sílico, duas proteínas envolvidas no interatoma de FGFR2 foram apontadas como potenciais moduladoras da sensibilidade ao tamoxifeno: EphA2 e PBX1. EphA2 é um receptor tirosina quinase que é comumente encontrado super expresso em diversos tumores e é associado à progressão tumoral. Esse receptor também vem sendo associado com a resistência a quimioterápicos, terapia-alvo e radioterapia. O PBX1 é um fator de transcrição pioneiro que já foi associado com o desenvolvimento e a progressão de diversos tipos de câncer e, apesar de não serem numerosos, alguns estudos indicam que PBX1 possui um papel no desenvolvimento da resistência à terapia. Dessa forma, a tecnologia CRISPR/Cas9 e o silenciamento gênico com siRNA foram utilizados para avaliar o papel dessas proteínas na resistência ao tamoxifeno. Ainda, outras análises funcionais foram conduzidas para aumentar a compreensão integral de como essas proteínas impactam na fisiologia de células de câncer de mama luminal A. Neste trabalho, EphA2 foi associado a redução da viabilidade e da proliferação celular. Porém, ele também foi relacionado com o aumento da capacidade clonogênica e da resistência ao tamoxifeno. Assim, sugere-se que o EphA2 atua como um supressor de tumor nos estágios iniciais de câncer de mama luminal A, mas, com a progressão tumoral, ele passa a exercer papéis oncogênicos fundamentais no processo metastático e no desenvolvimento de resistência à terapia. Para encontrar inibidores de EphA2 que neutralizem sua ação oncogênica, primeiramente é preciso investigar os mecanismos pelos quais EphA2 atua como supressor de tumor ou como oncoproteína em câncer de mama luminal. Em relação ao PBX1, este foi associado com o aumento da viabilidade celular, da capacidade clonogênica e da resistência ao tamoxifeno em MCF7, mas não em ZR-75-1, possivelmente em razão das diferenças nos programas transcricionais regulados por PBX1 em cada linhagem. Apesar do PBX1 ser um conhecido oncogene, ele pode atuar de modo diferente em um mesmo subtipo oncológico. Sendo assim, estudos mais aprofundados sobre os mecanismos de atuação de PBX1 em câncer de mama luminal A devem ser conduzidos para validar essa proteína como um potencial alvo terapêutico. Abstract: Breast cancer is the most common type of cancer in the world. Among the immunohistochemical subtypes of breast carcinomas, luminal A is the most common. In addition to traditional treatments such as surgery, chemotherapy and radiotherapy, patients with this tumor subtype benefit from endocrinetargeted therapy, with tamoxifen being one of the main prescribed drugs. However, during continuous and prolonged therapies, it is common for tamoxifen-resistant tumor cells to appear. Therefore, finding new therapeutic targets and developing new target therapies for refractory tumors is essential for maintaining an efficient treatment. Fibroblast growth factor receptor type 2 (FGFR2) is associated with luminal breast cancer. Through in in silico analysis, two proteins involved in the FGFR2 interactome were identified as potential modulators of the sensitivity to tamoxifen: EphA2 and PBX1. EphA2 is a tyrosine kinase receptor that is commonly overexpressed in many tumors, and is associated with tumor progression. This receptor has also been associated with resistance to chemotherapy, targeted therapy and radiotherapy. PBX1 is a pioneer transcription factor that has been associated with the development and progression of several types of cancer and, although not numerous, some studies indicate that PBX1 has a role in the development of resistance to therapy. In this study, the CRISPR/Cas9 technology and gene silencing with siRNA were used to evaluate the role of these proteins in tamoxifen resistance. Furthermore, other functional analyses were conducted to deepen the understanding of how these proteins impact the physiology of luminal A breast cancer cells. In this work, EphA2 was associated with reduced cell viability and proliferation, although it was also related to an increased clonogenic capacity and tamoxifen resistance. Because of that, it is suggested that EphA2 acts as a tumor suppressor in the early stages of luminal A breast cancer, but with tumor progression it begins to play key oncogenic roles in the metastatic process and in the development of resistance to therapy. In order to find EphA2 inhibitors that neutralize its oncogenic action, it is first necessary to investigate the mechanisms through which EphA2 acts as a tumor suppressor or as an oncoprotein in luminal breast cancer. Regarding PBX1, it was associated with increased cell viability, clonogenic capacity and resistance to tamoxifen in MCF7, but not in ZR-75-1 - possibly due to differences in transcriptional programs regulated by PBX1 in each cell line. Although PBX1 is a known oncogene, it can act differently in the same oncological subtype. Therefore, more in-depth studies on the mechanisms of action of PBX1 in luminal A breast cancer should be conducted to validate this protein as a potential therapeutic target.
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