Aprendimos mucho de agricultura en 35 años : soja e trabalho entre os Aché de Puerto Barra, Paraguai
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Data
2020Autor
Barbosa, Pedro Henrique Frasson, 1993-
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Resumo: O presente trabalho é um estudo etnográfico da produção de soja dos Aché da comunidade de Puerto Barra, localizada no departamento paraguaio de Alto Paraná. Desde meados da década de 1970 vivendo aldeados junto a família missionária Fostervold, os Aché Ñacunday ou Yñaro gradativamente se transformaram de um povo predominantemente caçador-coletor não praticante da agricuturaem um grupo que, duas vezes ao ano, cultiva uma grande quantidade de soja em seu território. Esta investigação diz respeito ao ciclo da safrinha de soja do ano de 2019, que foi plantada pelos Aché e cujo trabalho ocorreu centrado especialmente em duas famílias. A colheita e o transporte dos grãos foram realizadas por um vizinho brasiguaio, uma vez que os Aché não possuem o maquinário necessário para o serviço. Os recursos advindos da venda da produção de soja são empregados essencialmente na preparação diária de um almoço servido a todas as pessoas da aldeia, na manutenção do próprio ciclo da soja e na continuidade de outras atividades internas. Ninguém recebe um salário para trabalhar com a soja em Puerto Barra, ou seja, mesmo que as atividades aconteçam a partir de algumas famílias, os recursos advindos da venda da produção não se aglutinam em grupo familiar algum. Além das ocupações internas, uma grande parte das pessoas que vivem na aldeia também realizam trabalhos temporários fora da comunidade, nos vizinhos paraguaios, brasiguaios e alemães. De maneira diferente ao passado, manifestam alguns interlocutores, na vida fora da floresta é preciso de dinheiro para continuar existindo. Palavras-chave: Aché (Ñacunday,Yñaro), caçadores-coletores, agricultura indígena, Paraguai, Guarani. Abstract: This work is an ethnographic study about the Aché people's soy production in the community Puerto Barra, which is located at Alto Parana Paraguayan department. Since early 1970s, living together with the Fostervold missionary family, the Ñacunday Aché or Yñaro Aché slowly turned, from a predominantly hunter-gatherer people, who doesn't practice agriculture, into a group which, twice a year, sows a big amount of soy in its territory. This investigation is about the "off-season harvesting cycle" in 2019, which was sowed by the Aché and whose work was done mostly by two families. The harvesting and the transportation of the grains were done by a braziguayan neighbour, sincet he Aché people don't have proper machinery to do the job. Resources which come from selling the soy output are invested essentially on the daily preparation of a meal that is served to all the people in the village, on the maintenance of the soy cycle and on the continuity of other internal activities. No one gets a salary for working with soy in Puerto Barra, that is to say, even though the activities beg into happen in just some of the families, there sources acquired from the soy sale aren't kept by any family group alone. Besides the internal occupations, most of the people who live in the village also do temporary jobs out of the community, in the Paraguayan, Braziguayan and German neighbours. Differing from past times, some interlocutors say, life out of the woods demands money to keep existing. Keywords: Aché (Nacunday, Yñaro), hunter-gatherer, indigenous agriculture, Paraguay, Guarani.
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