Práticas alimentares e insegurança alimentar domiciliar em pré-escolares
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Data
2018Autor
Chapanski, Vanessa da Rocha, 1982-
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Resumo: A insegurança alimentar (IA), caracterizada tanto como a preocupação em relação ao acesso quanto pelo comprometimento na qualidade e/ou quantidade de alimentos disponíveis para o consumo, pode levar adultos e crianças a adaptações alimentares a fim de evitar a fome aguda. Dessa forma, o objetivo geral deste trabalho foi avaliar a associação das práticas alimentares com a IA domiciliar em pré-escolares. Estudo transversal com amostra representativa de pré-escolares com idade entre 18 a 36 meses incompletos, matriculados na rede municipal de ensino de São José dos Pinhais-PR. Os dados foram coletados por meio de questionário contendo dados sociodemográficos e econômicos, Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), questões sobre aleitamento materno (AM), Marcadores de Consumo Alimentar e Questionário de Frequência Alimentar (QFA), assim como a mensuração de peso e estatura para avaliação do estado nutricional. As análises estatísticas incluíram frequências absolutas e relativas, média, mediana, desvio-padrão, intervalos de confiança (IC) e tercis. A associação da IA com as práticas alimentares, bem como com o Estado Nutricional, foram testadas por meio do teste de qui-quadrado e qui-quadrado de linearidade, respectivamente. A associação entre a IA e variáveis sociodemográficas e econômicas foram testadas através de regressão logística multinomial com abordagem hierárquica com três blocos explicativos: distal (características demográficas da mãe: escolaridade e situação conjugal), intermediário (características econômicas: situação de trabalho e renda familiar per capita) e proximal (características demográficas do pré-escolar: sexo e idade). Adotou-se nível de confiança (1-??) de 95% e precisão requerida para estimativa de 5%. A amostra final foi composta por 416 pré-escolares/mães e a prevalência da IA na sua forma leve esteve presente em 25,7% (IC95%:19,2-32,3) das famílias e em 5,5% (IC95%:3,1- 7,8) e 3,5% (IC95%:1,5-5,6) das famílias em sua forma moderada e grave, respectivamente. Com relação às práticas alimentares, observou-se 94,8% dos pré-escolares receberam AM em algum momento da vida e o consumo de leite materno (LM) no dia anterior à pesquisa foi significativamente maior em pré-escolares que vivenciavam IA domiciliar. O menor consumo de leite não materno, iogurte e legumes no dia anterior esteve associado com a presença da IA. Da mesma forma, a frequência no consumo de frutas, legumes, verduras, suco de frutas, leite fermentado, tubérculos, pães e carnes foram menores em pré-escolares com algum grau de IA domiciliar. O estado nutricional não apresentou associação com a IA tanto para estatura/idade quanto para IMC/idade. Na análise multivariada a IA apresentou associação estatisticamente significante com baixa escolaridade materna, menor renda familiar per capita e sexo masculino do pré-escolar. Dessa forma, conclui-se que pré-escolares cujas famílias vivenciam IA podem apresentar práticas alimentares distintas daquelas que vivem em lares com segurança alimentar (SA), especialmente maior consumo de LM e menor frequência de consumo de frutas, verduras, legumes, tubérculos e carnes. A prevalência de IA foi relativamente elevada entre as famílias dos pré-escolares e a sua presença esteve associada à baixa escolaridade materna, menor renda familiar per capita e sexo masculino do pré-escolar Abstract: Food insecurity (FI), characterized both as concerning access and impairment in quality and/or quantity of food available for consumption, can lead adults and children to dietary adjustments in order to avoid acute hunger. Thus, the general objective of this study was evaluating the association of eating practices with home FI in preschoolers. We performed a cross-sectional study with a representative sample of preschoolers of ages from 18 to 35 months, enrolled in the municipal schools of the city of São José dos Pinhais-PR. Data was collected using a questionnaire containing sociodemographic and economic data, the Brazilian Food Insecurity Scale (EBIA), questions about breastfeeding, Food Consumption Markers and Food Frequency Questionnaire (FFQ), as well as measurements of weight and height to assess nutritional status. Statistical analyzes included absolute and relative frequencies, mean, median, standard deviation, confidence intervals (CI) and tertiles. The association of FI with dietary practices and Nutritional Status was tested using the chisquare test and chi-square test of linearity, respectively. The association between FI and sociodemographic and economic variables was tested through multinomial logistic regression with hierarchical approach with three explanatory blocks: distal (mother’s demographic characteristics: schooling and marital status), intermediate (economic characteristics: work situation and family income per capita) and proximal (preschooler’s demographic characteristics: gender and age). A confidence level (1-??) of 95% and accuracy required for an estimate of 5% was adopted. The final sample consisted of 416 preschoolers/mothers and the prevalence of FI in its mild form was present in 25.7% (95%CI:19.2-32.3) of the families and in 5.5% (95%CI:3.1-7.8) and 3.5% (95%CI:1.5-5.6) of the families in their moderate and severe form, respectively. Regarding feeding practices, it was observed that 94.8% of the preschoolers were breastfed, and the consumption of breast milk on the day before the research was significantly higher in preschool children of families with FI. The lower consumption of non-maternal milk, yogurt and vegetables during the previous day was associated with the presence of household FI. Likewise, the frequency of consumption of fruits, vegetables, fruit juice, fermented milk, tubers, bread and meat was lower in preschool children with some degree of FI. Nutritional status was not associated with FI for height/age or for BMI/age. In the multivariate analysis, the FI had a statistically significant association with low maternal schooling, lower per capita family income and preschoolers of male gender. Thus, we concluded that preschoolers whose families experience FI may present different feeding behavior than those living in households with food security, especially higher consumption of breast milk and lower frequency of consumption of fruits, vegetables, tubers and meat. The prevalence of FI was relatively high among preschool families, and their presence was associated with low maternal schooling, lower per capita family income and preschooler’s male gender
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