O Natural e o sobrenatural na modernidade : a polêmica erudita sobre os mortos-vivos (1659-1751)
Resumo
Resumo : Essa dissertação tem como tema a produção filosófica sobre os mortos-vivos entre meados do
século XVII e meados do século XVIII. Em nossa pesquisa, selecionamos fontes que tratam não
somente dos relatos de ataques de vampiros provindos dos Bálcãs, mas também as que
apresentam algum tipo de explicação para o fenômeno. Selecionamos como fontes uma carta, um
artigo e três dissertações. A primeira, de autoria de Pierre des Noyers, secretário da rainha da
Polônia, data de 1659. O artigo foi publicado anonimamente em 1693 no periódico Le Mercure
Galant. Neste mesmo periódico no ano seguinte foi publicada em duas partes a dissertação de um
advogado do Parlamento de Paris, Marigner. Em 1728 foi publicada a dissertação de Michaël
Ranft, filósofo alemão, a qual circulou no meio letrado francês. Por último, a dissertação do
monge beneditino Dom Augustin Calmet, que quando da publicação de sua terceira edição teve o
nome modificado para de dissertação para tratado. Analisamos essas cinco produções em busca
das mudanças de sentido nas categorias de natural e sobrenatural e suas relações com a morte e a
imaginação. Percebemos ao longo dos séculos XVII e XVIII um processo que denominamos de
controle da imaginação investigativa que redirecionou os esforços investigativos para a
Natureza, contribuindo para o recuo de Satã nos sistemas explicativos sobre o mundo e seu
funcionamento. Os vampiros estão incluídos num contexto maior de redução do elemento
sobrenatural nas explicações e o desenvolvimento de teorias sobre as potencialidades da
imaginação
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