Conciliação medicamentosa da admissão hospitalar : um ensaio clínico randomizado
Resumo
Resumo: Introdução: A transição de pacientes entre os diferentes níveis de atenção à saúde foi identificada como um ponto crítico relacionado à deficiente comunicação entre profissionais de saúde, pacientes e familiares. Esta lacuna nas informações pode gerar um histórico de medicação impreciso e incompleto, levando a erros de medicação e danos à saúde do paciente. Farmacêuticos clínicos podem realizar a conciliação de medicamentos em colaboração com outros profissionais, com o objetivo de otimizar a farmacoterapia e melhorar a segurança do paciente hospitalizado. Objetivos: Verificar se a conciliação de medicamentos é capaz de reduzir o tempo de internamento dos pacientes. Entre os objetivos secundários estão: avaliar a resolutividade das discrepâncias a partir da conciliação de medicamentos; verificar a incidência de discrepâncias na admissão hospitalar; descrever quantitativamente e qualitativamente as discrepâncias encontradas; estabelecer critérios de seleção de acordo com as características dos pacientes e descrever indicadores associados ao desempenho do serviço. Métodos: Trata-se um ensaio clínico randomizado com 6 meses de duração, conduzido em um hospital público universitário. Pacientes maiores de 18 anos e admitidos na enfermaria da Unidade de Clínica Médica foram randomizados entre o grupo intervenção e o grupo controle. No grupo intervenção, os pacientes receberam o serviço de conciliação de medicamentos nas primeiras 72 horas após a admissão, enquanto no grupo controle os pacientes receberam a assistência usual prestada pela equipe. Resultados: Foram randomizados 68 pacientes para o grupo controle e 65 para o grupo intervenção. O tempo de internamento foi 10±15 dias no grupo controle e 9±16 dias no grupo intervenção em média (p=0,620). Foram encontradas 327 discrepâncias no grupo intervenção, sendo 52,6% de discrepâncias não intencionais. Os médicos aceitaram aproximadamente 75% das intervenções farmacêuticas. Conclusão: Os resultados obtidos salientam a fragilidade na segurança dos pacientes no momento da transição do cuidado em um hospital público de ensino, visto o montante de discrepâncias encontradas. O tempo de internamento deve ser investigado em estudos de maior escala e com menores limitações. As intervenções foram bem aceitas pelos médicos da unidade de estudo. A conciliação de medicamentos demonstrou ser uma ferramenta útil para encontrar e corrigir discrepâncias, diminuindi o risco de eventos adversos e melhorando a segurança dos pacientes na assistência intrahospitalar. Palavras-chave: Conciliação de Medicamentos; Erros de Medicação; Serviço de Farmácia Hospitalar; Segurança do Paciente. Abstract: Introduction: The transition of patients among different health care levels was identified as a critical issue related to poor communication between health professionals, patients and families. This gap of information can generate inaccurate and incomplete medication history, leading to medication errors and damage to the health of the patient. Clinical pharmacists can perform the reconciliation of medications in collaboration with other professionals, with the objective of optimize pharmacotherapy and improve the safety of the hospitalized patient.Objective: To measure length of hospital stay in patients receiving medication reconciliation. Secondary characteristics included analysis of number of preadmission medications, medications prescribed at admission, number of discrepancies, and pharmaceutical interventions done and accepted by the attending physician. Methods: A 6 month, randomized, controlled trial conducted at a public teaching hospital. Patients older than 18 years old admitted to the Internal Medicine general wards were randomized to receive usual care or medication reconciliation performed within the first 72 hours of hospital admission. Results: The randomization process assigned 68 patients to usual care and 65 to medical reconciliation. Length of hospital stay was 10±15 days in UC and 9±16 days in MR (p= 0.620). The total number of discrepancies was 327 in the medical reconciliation group, comprising 52.6% of unintentional discrepancies. Physicians accepted approximately 75.0% of the interventions. Conclusion: These results highlight weakness at patient transition care levels in a public teaching hospital. Length of hospital stay, the primary outcome, should be further investigated in larger studies and with lower number of limitations. Medical reconciliation was well accepted by physicians and it is a useful tool to find and correct discrepancies, minimizing the risk of adverse drug events and improving patient safety in hospitals. Keywords: Medication Reconciliation; Medication Errors; Pharmacy Service, Hospital; Patient Safety.
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