O corpo feminino no cinema de horror : gênero e sexualidade nos filmes Carrie, Halloween e Sexta-Feira 13 (1970-1980)
Abstract
Resumo: Nos Estados Unidos, o final da década de 1970 presenciou o surgimento de uma força contrária aos movimentos civis e à contracultura dos anos 1960, que organizava e avançava seu projeto político apoiada por eleitores que temiam o término da segregação racial e os novos valores sexuais e morais. Críticas ao feminismo, à homossexualidade, ao aborto, divórcio e à "falta de autoridade social" começaram a ser tornar mais articuladas e frequentes, de forma que tal conservadorismo contou também com o apoio da produção cultural, encontrando no cinema de horror um forte aliado. Em 1976, o estadunidense Brian de Palma dirigiu o filme Carrie, a Estranha no qual a sexualidade feminina é reprimida e tratada com desconfiança. A personagem principal adquire uma conformação monstruosa e anormal devido às conotações com a sexualidade de uma jovem que chega à adolescência. Poucos anos mais tarde, foram sucessivamente lançados os filmes Halloween (1978) de John Carpenter e Sexta-Feira 13 (1980) de Sean S. Cunningham, ambos trazendo fortes elementos de violência contra o corpo feminino e características conservadoras em relação à sexualidade, família e maternidade. De tal forma, o presente trabalho teve por objetivo identificar e analisar a construção dessas produções cinematográficas e suas representações de gênero e sexualidade, bem como a abordagem específica em relação às mulheres, alvo preferencial da violência e punição em tais produções. Simultaneamente, procurou-se explorar como tais filmes representam um ajustamento visível nos termos de representação de gênero e da figura feminina, se mostrando em consonância com o ambiente político e cultural conservador estadunidense das décadas de 1970 e 1980. Palavras-chave: História e Cinema. Gênero. Cinema de Horror. Sexualidade. Abstract: In the late 1970's, the United States witnessed the birth of a social phenomenon which went against the civil rights movements and counterculture from the 1960's. This reality was gaining political support from electors who feared the end of the racial segregation and the new sexual and moral values. Critics to feminism, homosexuality, abortion, divorce and an alleged "lack of social authority" became more articulate and frequent, and this conservative agenda gained support from cultural productions, with horror cinema as a specific strong ally. In 1976, American Brian de Palma directed Carrie, a movie in which female sexuality is repressed and seen with suspicion. The film's main character acquires a monstrous resignation, which can be referred as a connotation of the sexuality of a young woman experiencing adolescence. A few years later, John Carpenter's Halloween (1978) and Sean S. Cunningham's Friday the 13th (1980) also presented strong elements of violence against the female body and conservative views on sexuality, maternity and family. In said context, this master thesis' purpose is to identify and examine the construction of these cinematographic productions and their representations of gender and sexuality, as well as their specific approaches towards women - who are their preferential targets of violence and punishment. In addition, this work explores the manner in which said movies represent a visible adjustment regarding representations of gender and the female figure, in a conservative American political and cultural environment during the 1970's and 1980's. Keywords: History and Cinema. Gender. Horror Cinema. Sexuality.
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