Avaliação pré-clínica do extrato hidroetanólico da Pyrostegia venusta no tratamento do vitiligo
Resumo
Resumo: Pyrostegia venusta é uma planta nativa do Brasil com várias propriedades benéficas, incluindo tratamento do vitiligo. No entanto, seus efeitos no processo de melanogênese ou no vitiligo ainda não foram comprovados. Nesse estudo, o objetivo foi investigar o efeito melanogênico do extrato hidroetanólico proveniente das folhas da P. venusta (EHPV) e seu possível mecanismo de ação nas células da linhagem B16F10. Além disso, seus efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e hiperpigmentante em modelos animais usados para a pesquisa do vitiligo, através da aplicação de óleo de cróton (OC) e monobenzona. O EHPV foi testado em diferentes concentrações com o intuito de avaliar o conteúdo de melanina, viabilidade celular através dos métodos do vermelho neutro e MTT, bem como atividade da tirosinase in vitro. Os efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes de preparações farmacêuticas tópicas e através da administração por via oral foram analisados em animais Swiss, através do modelo de edema de orelha induzido por OC, seguido da avaliação da espessura da orelha dos animais, atividades da mieloperoxidase (MPO) e N-acetil-b-D-glucosaminidase (NAG), infiltração celular, níveis de citocinas e espécies reativas de oxigênio (EROs). A alteração da pigmentação de animais da linhagem C57BL/6, infiltração celular e níveis de citocinas e EROs foram avaliadas no modelo de vitiligo induzido por monobenzona. Resultados in vitro mostraram que EHPV aumenta a produção de melanina em resposta a várias concentrações (0,1; 0,3; 1 e 3 ?g/ml). No entanto, o mecanismo através do qual ocorre o aumento de melanina não é dependente da atividade da tirosinase in vitro. O modelo animal de edema induzido por óleo de cróton mostrou que o EHPV, quando administrado por via oral (300 mg/kg), reduz atividade da NAG. Além disso, reduziu o número de células infiltradas quando comparada com o grupo controle, bem como diminuiu níveis das citocinas interleucina-1? (IL-1?), interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral-? (TNF-?). O tratamento tópico do EHPV (10%) não alterou esses parâmetros citados; no entanto, diminui infiltração celular e níveis de EROs. Ambas as preparações aumentaram os níveis de melanina epidermal e pigmentação dermal; além de reduzirem níveis de citocinas e EROs. No entanto, somente o EHPV tópico alterou a marcação específica para melanina. Concluindo, o EHPV estimula a melanogênese celular em baixas concentrações em células B16F10. Além disso, pela primeira vez foram demonstrados efeitos anti-inflamatórios e hiperpigmentantes, confirmando diferentes efeitos tópico e sistêmico através dos modelos animais. Assim, esses resultados in vivo e in vitro evidenciam o uso da P. venusta no vitiligo. Palavras-chave: Pyrostegia venusta; melanogênese; vitiligo; monobenzona; óleo de cróton; B16F10. Abstract: Pyrostegia venusta is a native Brazilian plant that has a variety of beneficial properties, including treatment of vitiligo. In this study we aim to investigate the melanogenic effect and the mechanism of the P. venusta leaves (EHPV) extract in B16F10 cells, as well as the its antiinflammatory, antioxidant and hyperpigmentant activities in animal models of vitiligo induced by croton oil and monobenzone. The EHPV was tested at different concentrations in the trials of melanin content, cell viability by the neutral red and MTT assays, and cellular tyrosinase activity in order to examine the effects on melanogenesis in murine B16F10 murine cells. The antiinflamatory and antioxidant effects of topical and oral administration of EHPV were evaluated in Swiss mice on oedema model induced by croton oil. It was then assessed the myeloperoxidase (MPO) and N-acetyl-b-D-glucosaminidase (NAG) activities, cell infiltration, cytokine and reactive species oxygen (ROS) levels. The involvement on mice pigmentation, cell infiltration and cytokine levels were evaluated on vitiligo model induced by monobenzone. In vitro studies showed that EHPV increased melanin content in response to several concentrations (0.1; 0.3; 1 and 3 ?g/ml). However, the mechanism by which this increase occurred is not dependent on the activity of tyrosinase. In vivo assessment, on mouse ear oedema induced on Swiss mice, EHPV when given orally (300 mg/kg) significantly reduced NAG activity. The same way, cell infiltration was low when compared to control group, as well as interleukin-1? (IL-1?), interleukin-6 (IL-6) and tumor necrosis factor-? (TNF-?) levels. Topical treatment with EHPV (10%) did not caused alterations on NAG activity and cytokines content, but diminished cell infiltration and ROS levels. Both preparations enhanced epidermal melanin level and dermal pigmentation, while they diminished the amount of inflammatory cytokines and cell infiltration. However, only the topic EHPV changed the melanin specifically labeled. In conclusion, the EHPV stimulates cell melanogenesis in B16F10 cells at low concentrations. Also, for the first time we have demonstrated anti-inflammatory and hiperpigmentantes effects of P. venusta, indicating different topical and systemic properties, in two models that mimic several features encountered in vitiligo. Thus, these results support the use of P. venusta in vitiligo. Key-words: Pyrostegia venusta; melanogenesis; vitiligo; monobenzone; croton oil; B16F10.
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