Uma releitura cristã da história

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Data
2014Autor
Martinez, Diego Schneider
Metadados
Mostrar registro completoAssunto
DissertaçõesHistoria universal
Historia universal - Obras anteriores a 1800
Historiografia
Tipo
DissertaçãoResumo
Resumo: O presente trabalho é uma análise da Historia Adversus Paganos escrita pelo presbítero hispano Orósio, que viveu a princípios do século V, a partir do ponto de vista da História da Historiografia. Buscamos, como o objetivo principal do trabalho, entender como a Teoria dos Quatro Impérios influenciou a visão de mundo de tal historiador. Utilizamos em nossa análise a definição de Antiguidade Tardia proposta por Renan Frighetto de que este período é marcado pela reformulação e pela readequação de conceitos ligados à Antiguidade Clássica a uma nova realidade bastante diferenciada, através da interação entre culturas. No primeiro capítulo exploramos o contexto em que viveu o autor da obra, sua trajetória e as leituras modernas dela. No segundo capítulo discutimos a noção de historiografia na Antiguidade, buscando localizar a obra de Orósio no interior desta tradição, comparando-a tanto com obras pagãs quanto cristãs. Finalmente no terceiro capítulo traçamos uma trajetória da Teoria dos Quatro Impérios citando alguns autores que a utilizaram, centralizando nossa discussão no Livro de Daniel e na interpretação deste feita por Jerônimo. Ao contrastar a obra de Orósio com esta tradição percebemos que este é um dos aspectos mais inovadores da História Adversus Paganos. No esquema orosiano a geografia suplanta a cronologia, de maneira que os impérios não se sucedem linearmente, mas ocupam espaços relacionados aos pontos cardeais. Somente os impérios do oriente, a Babilônia, e do Ocidente, Roma, são considerados de fato universais enquanto os intermediários do sul e do norte, Cartago e Macedônia, são secundários. A partir da comparação apresentada por Orósio entre Babilônia e Roma, afirmamos que o presbítero acreditava que o império do ocidente viveria tempo semelhante ao império do oriente, e portanto sobreviveria ainda por mais algum tempo antes de desaparecer. Acreditamos que este fato influência a visão positiva apresentada por Orósio de seu presente, enquanto tanto muitos de seus contemporâneos e quanto a historiografia moderna tendiam a ver como um período de decadência.
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