Fatores envolvidos na estruturação das redes de polinização beja-flor-planta em um gradiente sucessional
Resumo
Resumo: Mudanças nos componentes bióticos e abióticos, que ocorrem ao longo do processo sucessional, se refletem em alterações das redes de polinização. Neste trabalho foram avaliadas as mudanças estruturais de redes de polinização beija flor-planta durante a sucessão secundária. Foram testados os fatores determinantes da estrutura da rede e da frequência das interações em quatro estádios sucessionais da Mata Atlântica brasileira. Em cada um dos quatro estádios sucessionais foram observados três transectos de 800m, durante onze meses. À partir das observações foram construídas matrizes de interação quantitativas para determinar as propriedades de rede e matrizes probabilísticas para gerar redes baseadas nos fatores abundância, acoplamento fenológico e morfológico. O índice de especialização dos beija-flores não variou, enquanto as plantas se tornaram mais generalistas no estádio mais avançado. Com o tempo a conectância aumentou, enquanto a modularidade diminuiu, possivelmente pelo papel do beija flor Ramphodon naevius como um melhor conector em idades mais avançadas. A variação da equitatividade de interações parece se relacionar com a dominância de algumas espécies de plantas dentro dos estádios. Tanto a estrutura como a frequência de interações nas redes foram preditas por fatores relacionados ao nicho e fatores neutros, com a importância destes variando durante a sucessão. Fatores neutros parecem ser mais importantes no início da sucessão enquanto fatores relacionados ao nicho parecem ser mais importantes em fases mais avançadas.
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