Aplicabilidade do modelo lúdico no processo terapêutico ocupacional de cuidado da criança em transplante de células-tronco hematopoéticas
Abstract
Resumo: Trata-se de pesquisa metodológica com o objetivo de analisar a aplicabilidade do Modelo Lúdico no processo terapêutico ocupacional de cuidado da criança hospitalizada para realização do Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH). O local da pesquisa foi o Serviço de Transplante de Medula Óssea de um hospital geral de ensino situado na região sul do Brasil. A coleta de dados realizou-se no período de setembro de 2012 a junho de 2013. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do hospital de ensino com o parecer nº 100.88. Os participantes foram 16 crianças com idades entre três e dez anos, hospitalizadas para a realização do TCTH, 15 mães e um pai (seus acompanhantes). A aplicação do modelo seguiu as etapas de avaliação, planejamento e intervenção, e acompanhamento da evolução do comportamento lúdico das crianças. O processo avaliativo ocorreu por meio dos instrumentos: Entrevista Inicial com os Pais sobre o Comportamento Lúdico da Criança (EIP) e Avaliação do Comportamento Lúdico (ACL). As atividades lúdicas foram planejadas com base no processo avaliativo e nas características individuais de cada criança. A intervenção se deu por meio da realização de atividades lúdicas, com três encontros semanais programados. Os encontros foram filmados e dados subjetivos adicionais registrados em diário de campo. O instrumento Evolução do Comportamento Lúdico (ECL) foi utilizado para acompanhar o desempenho da criança nas atividades lúdicas durante o processo de cuidado, realizado até a alta hospitalar. A EIP e a ACL se revelaram fundamentais para conhecer a criança e seus hábitos lúdicos antes da hospitalização e contribuíram para uma abordagem personalizada. Os resultados apontaram que houve evolução ou manutenção do comportamento lúdico da maioria dos participantes. As crianças apresentaram-se, de maneira geral, motivadas para brincar, atentas, participativas e comunicativas, apesar da queixa de dor e mal estar observada em alguns momentos. Verificou-se que o brincar permitiu a construção do vínculo terapêutico e a inclusão de momentos lúdicos na rotina do hospital, contribuindo para a manutenção do papel ocupacional de brincador das crianças. A sonolência causada pela analgesia e por medicação pré-infusão de hemoderivados foi o principal motivo de não realização dos encontros programados. Considerou-se o Modelo Lúdico aplicável ao contexto e os protocolos adaptados adequados às necessidades específicas das crianças hospitalizadas. Sugere-se realização de pesquisas futuras que conduzam à validação de tais protocolos.
Collections
- Dissertações [387]