Organizaçoes coletivistas de trabalho : autogestao nas unidades produtivas
Visualizar/ Abrir
Data
2003Autor
Faria, José Ricardo Vargas de, 1974-
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Resumo: As organizações coletivistas de trabalho se baseiam em formas diferenciadas de organização da produção, nas quais a coordenação das atividades produtivas é exercida pelos trabalhadores e o sentido constituinte das relações de produção deixa de ser a lógica de acumulação simples e ampliada, típica do modo de produção capitalista. A pesquisa que resultou neste trabalho constituiu-se em um estudo de três casos de organizações coletivistas e procurou analisar de que forma a ação empreendida pelos componentes destas organizações se relaciona com os princípios econômicos e político-sociais da autogestão na unidade produtiva. Para a consecução da pesquisa consideraram-se as relações dialéticas de mútua constituição que se estabelecem entre a ação organizacional e os princípios; entre as normas, regras e estruturas e a iniciativa autônoma; entre as condições históricas dadas que conformam o contexto no qual a organização está inserida e a ação coletiva. A partir desta análise foi possível constatar que: (i) a definição do objetivo da organização ou do projeto comum do grupo autogestionário - que compõe a ação organizacional, mas que precede a realização e a estruturação das práticas ao mesmo tempo que se mantém em constante revisão durante sua implementação - tem um papel fundamental na manutenção dos princípios econômicos e políticosociais da autogestão nas unidades produtivas; (ii) a capacidade de realização deste objetivo está diretamente relacionada ao controle que os associados destas organizações detêm sobre a ação organizacional, que é influenciado, por exemplo, pelas relações que se estabelecem entre formalização e informalização, participação e responsabilidade, propriedade, posse e uso dos meios de produção, formas de valorização e apropriação do resultado do trabalho. Abstract: Workplace Democracy involves different ways of organizing production, in which the coordination of productive activities is done by work forces, and the sense that constitutes production relations is not the logic of simple and wide accumulation, typical of the capitalist way of production. The research done for this work involves a study of three Workplace Democracy cases and analysed in what ways the action realised by the components of these organisations relates with self-management economic and socio-political principles in the production unit. The research considered dialectic relations of mutual constitution that are defined between organisational action and principles; between norms, rules and structures and autonomous initiative; between historic conditions that conform the context in which the organisation is and collective actions. With this analysis it was possible to conclude that: (i) the definition of the organisation objective or of the common project of the self-management group - which is part of the organisation action, but precedes the realisation and the structuring of practices at the same time that it maintains its constant revision during the implementation - has a fundamental role at the maintenance of self-management economic and socio-political principles in the production units. (ii) the ability of realisation of this objective is directly related to the control done by the organisation associates over the organizational action, which is influenced, for example, by relations defined between formalisation and informalisation, participation and responsibility, property, ownership and use of the means of production, ways of valorisation and appropriation of the work result.
Collections
- Teses & Dissertações [9267]