Efeitos da N-N' - difenil-4-metoxi-benzamidina sobre parâmetro do metabolismo energético em mitocôndrias e hepatócitos
Date
2013-06-19Author
Petiz, Lyvia Lintzmaier
Metadata
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DissertaçõesHepatócitos
Toxicidade
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DissertaçãoAbstract
Resumo: As amidinas têm como característica química a presença de dois átomos de nitrogênios ligados ao mesmo átomo de carbono. Para estes compostos diversas atividades biológicas são descritas. A pentamidina, uma diamidina aromática, é eficaz no tratamento de Pneumocystis carinii e de leishmanioses, porém, causa graves efeitos colaterais. Por isso, novos derivados de amidina têm sido sintetizados, dentre estes a N-N'-difenil-4-metoxi-benzamidina (metoxiamidina), que se mostrou efetiva contra L. amazonensis (LD50 20 ?mol/L) e T. cruzi (LD50 59 nmol/L). Neste estudo, a toxicidade da metoxiamidina foi avaliada em mitocôndrias e hepatócitos isolados. Em mitocôndrias oxidando ativamente glutamato e malato, o composto inibiu o estado 3 da respiração (25 nmol/mg de proteína) em ~15%, sendo os sítios de inibição o complexo I e o segmento entre a ubiquinona e o complexo III. A metoxiamidina estimulou o estado 4, nas concentrações de 50 e 65 nmol/mg de proteína em ~32% e ~43%, respectivamente. Como consequência destes efeitos, os valores do coeficiente de controle respiratório (CCR) e a razão ADP/O foram diminuídos. O efeito desacoplador da metoxiamidina, sugerido pelo estímulo do estado 4, foi confirmado pelo aumento do consumo de oxigênio no estado 4 induzido por oligomicina, chegando a ~69% (65 nmol/mg de proteína), e pelo aumento da atividade ATPásica em mitocôndrias intactas, em ~27% e ~64% para 50 e 65 nmol/mg de proteína, respectivamente. Mitocôndrias na presença de acetato de sódio tiveram seu inchamento inibido nas maiores concentrações do composto (50-65 nmol/mg de proteína, em ~16 e 32% respectivamente). Também o inchamento de mitocôndrias desenergizadas, na presença de K+ e valinomicina, foi inibido em ~20% nas mesmas concentrações, sugerindo que a metoxiamidina altera a permeabilidade e fluidez da membrana mitocondrial. Em modelo experimental de hepatócitos isolados, foram comparados os efeitos da metoxiamidina e pentamidina, nas concentrações de 25 e 65 ?mol/L. Nos ensaios de respiração em hepatócitos em suspensão, os resultados da metoxiamidina estão de acordo com os obtidos com mitocôndrias isoladas, com diminuição da respiração basal (~8% - 65 ?mol/L) e desacoplado (~26% - 65 ?mol/L) e aumento no estado leak (~47% - 65 ?mol/L). Para a pentamidina, os resultados foram semelhantes, com exceção para o estado leak, ocorrendo diminuição do consumo de oxigênio no estado basal (~18% - 65 ?mol/L) e desacoplado (~18% - 65 ?mol/L). Nestas células, os níveis piruvato não foram alterados pela presença dos compostos, mas os níveis de lactato aumentaram em ~17% na maior concentração (65 ?mol/L) de metoxiamidina no tempo de 40min. Em cultura de hepatócitos, o tratamento de 18h com metoxiamidina alterou a viabilidade celular, avaliada pelos métodos do MTT e atividade da enzima LDH, promovendo maior número de células viáveis (~68% para MTT e ~60% para LDH - 65 ?mol/L). Já a pentamidina (65 ?mol/L) diminuiu em ~68% e 258% a viabilidade dos hepatócitos, como resultados dos métodos do MTT e LDH, respectivamente. Conclui-se que a metoxiamidina, em concentração similar a LD50 (20 ?mol/L) para L. amazonensis, compromete de maneira discreta a bioenergética mitocondrial. Este efeito também foi observado em hepatócitos em suspensão, porém, nestas células em cultura, o composto parece exercer um efeito citoprotetor.
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