A festa do peão boiadeiro de Barretos/SP como espaço de encontro de culturas
Resumo
Resumo: O município de Barretos, ao norte de São Paulo, surgiu como ponto de pouso de tropas que desciam de estados como Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais em direção a feiras pecuárias em cidades do interior paulista, no século XIX. Com a criação de seu matadouro frigorífico, Barretos ficou conhecida, já na década de 1910, como a Capital do Boi, vocação que fez surgir eventos agropecuários como a Festa do Peão Boiadeiro em 1956. O evento, realizado pelo grupo de amigos "Os Independentes", buscou homenagear o peão estradeiro, profissão que foi sendo substituída pela ferrovia e veículos automotores. Com o crescimento da Festa, foi projetado um novo espaço de realização na década de 1980, o Parque do Peão, recebendo um público ainda maior e diversificado. Diante de um contexto global, o evento assimilou novos referenciais, entre eles elementos countries, diversificando também suas atrações. Neste sentido, buscou-se analisar até que ponto a Festa do Peão Boiadeiro de Barretos pode se configurar como espaço de encontro entre a cultura "de raiz" e a cultura "country", ou seja, verificar se a Festa é um espaço de preservação do patrimônio de determinados grupos culturais locais frente a uma cultura globalizada. Por meio da observação participante e de entrevistas, pôde-se compreender de que maneira o evento mantém referenciais do peão brasileiro, ao mesmo tempo em que participa de um Circuito Internacional de Rodeio, com estilos de montaria tipicamente estadunidenses, assimilando também com a influência da mídia novos elementos da cultura de massa. Ainda foi possível perceber a dinâmica de seu espaço de realização - espaços de resistência, espaços countries e espaços híbridos -, bem como os interesses dos atores envolvidos na Festa, que se destaca atualmente pelas possibilidades de encontro de culturas. Abstract: The town of Barretos, north of São Paulo, emerged as a landing point for troops that descended from states like Goiás, Mato Grosso and Minas Gerais towards livestock fairs in towns in the interior of São Paulo, in the nineteenth century. With the creation of the slaughterhouse refrigerator, Barretos was known in the early 1900's, as the Capital of the Ox, a vocation that has raised agricultural events such how Cowboy Festival in 1956. The event held by the group of friends, "The Independents", sought to honor the cowboy, a profession that was being replaced by the railroad and automotive vehicles. A new space realization was designed with the growth of the festival in the 1980's called the Cowboy Park that received an even more diverse audience. Facing a global context, the event has assimilated new references, including country elements, which further diversified attractions. So we sought to examine the extent to which the Cowboy Festival in Barretos can be configured with a space between "root" culture and "country" culture, and determine if the Party is a space for estate preservation of certain local cultural groups facing a globalized culture. Through participant observation and interviews, we could understand how the event maintains referential Brazilian cowboy, while participating in a Rodeo International Circuit with typically American riding styles, as well as the assimilating influence of new elements of mass media culture. It was possible to understand the dynamics of its space accomplishment - spaces of resistance, spaces countries and hybrid spaces - as well as the interests of the participants involved in the festival, which currently stands for the possibilities of cultural meeting.
Collections
- Teses & Dissertações [9330]