A (s) Cléopatra(s) de Plutarco : as múltiplas faces da última monarca do Antigo Egito nas vidas paralelas
Resumo
Resumo: A partir das propostas analíticas dos estudos feministas vinculadas às teorias pós-críticas, objetivamos, com o presente texto, questionar o regime de verdade que se impõe nas análises das/os comentadoras/es modernos do relato de Plutarco sobre a rainha Cleópatra VII do Egito. Logo, ao questionarmos as Vidas Paralelas como um espaço de verdade dos fatos sobre a egípcia, propomos identificar - baseados em um diálogo de cunho transdisciplinar entre a egiptologia e os estudos clássicos - como o biógrafo grego reinterpretou a ação política dessa monarca por meio de suas relações como rainha, amante e mãe. Para tanto, nos pautaremos nos debates pós-estruturalistas sobre o eixo categorial gênero, destacando como esta experiência humana organizou todos os campos do social. Dessa forma, sugerimos como outra leitura possível pensar o gênero como parte estruturante do relato de Plutarco, explicando a(s) Cleópatra(s) plutarquiana(s) como parte(s) de um discurso generificado. Nesse contexto, apontaremos como a multiplicidade de posicionamentos de Plutarco, acerca da relação de Cleópatra com a política, nos permite vislumbrar a existência de formas plurais das mulheres se relacionarem com o poder. Abstract: Based on the analytical proposals of Feminist Studies linked to Post-Critical Theories, we aim to question with this text the truth regime that is imposed on modern commentators' analyzes of Plutarch's account on Queen Cleopatra VII of Egypt. Then, when questioning Parallel Lives as a space of true facts about the Egyptian, we propose to identify, based on a transdisciplinary dialogue between Egyptology and Classical Studies, how the Greek biographer reinterpreted the political action of this monarch through her relations as a queen, lover and mother. Therefore, we will be guided by Poststructuralist debates about the categorical axis gender, highlighting how this human experience organized all social fields. Thus, we suggest another possible reading to think gender as a structuring part of Plutarch's account, explaining Plutarchian Cleopatra(s) as part(s) of a gendered discourse. In this context, we'll trace how the multiplicity of Plutarch's postures, concerning Cleopatra's relationship with politics, allows us to glimpse the existence of plural forms of women relate to power.
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- Teses & Dissertações [10425]