Morfologia foliar e aspectos nutricionais de espécies arbóreas em três estádios sucessionais de floresta ombrófila densa das terras baixas, Paranaguá, PR
Date
2013-05-29Author
Boeger, Maria Regina Torres, 1960-
Metadata
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Folhas - MorfologiaArvores - Nutrição - Paranagua (PR)
Comunidades vegetais - Mata Atlantica - Paraná
Mata Atlantica
Teses
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TeseAbstract
Este estudo é parte de um projeto mais amplo desenvolvido no litoral paranaense, no Parque Estadual do Palmito. Município de Paranaguá, PR cujo objetivo foi avaliar comparativamente o sistema vegetação-solo em três áreas com diferentes idades (14, 27 e 52 anos após corte raso e utilização agrícola por três anos), caracterizando três estádios sucessionais distintos da floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas sobre Podzol não hidromórfico. O trabalho aqui apresentado teve como objetivo maior investigar a morfologia folias e o conteúdo de nutrientes foliares das espécies arbóreas que compõem os três diferentes estádios sucessionais acima citados, utilizando a folha como indicador morfológico, associando a ocorrência do escleromorfismo foliar com as condições edáficas já estudadas. Para isso foram selecionadas 4 espécies arbóreas na área de 14 anos, 8 na área de 27 anos e 11 na área de 52 anos, tendo como critério de escolha o Valor de Importância de cada espécie, conforme os levantamentos fitossociológicos anteriores. Foram coletadas folhas de sol de 5 indivíduos de cada espécie para a análise dos seguintes parâmetros: descrição morfológica e anatômica folias, incluindo mensurações dos tecidos, área foliar, área espécifica folias e os teores de macronutrientes (C, N, P, K, Ca e Mg) e micronutrientes (Fe, Zn, Cu e Mn) das folhas. Os caracteres quantitativos foram comparados por análise de variância multivariada (MANOVA). O estádio inicial, por estar em período inicial de regeneração, apresenta uma estrutura simples, com baixa diversidade, árvores de pequeno porte e presença de clareiras. As folhas são mais coriáceas, espessas e com maior densidade estomática, possuem maior abundância de tecido esclerenquimático, maior incidência de espécies com camada sub-epidérmica e parênquima paliçádico formado por várias camadas de células. O valor médio de área folias é menor, assim como os valores médios dos teores de N, P, K e micronutrientes quando comparados com os outros estádios mais avançados. O valor médio da Arca Específica Folias, considerada como Índice de Esclerofilia, é próximo dos valores estipulados para a vegetação esclerófila. Em contraste, as folhas das espécies estudadas no estádio avançado apresentam-se mais finas, com maior área folias, predominando o mesofilo com apenas uma camada de parênquima paliçádico, menor incidência de espécies com camada sub-epidérmica, esclerênquima e textura coriácea. A evolução da vegetação esclerófila para uma vegetação mesófila tem como principal agente a deposição da serapilheira sobre o solo mineral. No estádio inicial, a serapilheira acumulada é pouco espessa e descontínua, permitindo que em certas áreas o solo mineral fique exposto, aumentando assim a lixiviação do solo. Associado a isto, a vegetação ainda não forma um dossel fechado, ocorrendo clareiras, que aumentam a temperatura no interior da floresta e consequentemente diminui o teor de unidade. A serapilheira acumulada, por ser pouco espessa, retêm pouca umidade e o processo de decomposição torna-se mais lento, o que interfere no retomo dos nutrientes para a vegetação. No estádio avançado, a serapilheira acumulada é mais espessa proporcionando um meio adequado para a retenção de água e para os processos de decomposição, garantindo assim um retorno mais rápido dos nutrientes, refletindo assim na estrutura da comunidade vegetal.
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