Fase pré-hospitalar do ataque cardíaco : estudo prospectivo
Resumo
Resumo: Estudamos prospectivamente 80 pacientes com diagnóstico de ataque cardíaco, na fase pré-hospitalar, sendo 62 do sexo masculino e 18 do sexo feminino, com a média etária de 62 anos e idades extremas de 28 e 89 anos. A incidência de ataque cardíaco foi maior na faixa etária de 50 a 60 anos e a mortalidade, acima de 60 anos. Houve pré dominância do sexo masculino, numa relação de 3,44:1, com tendência a aumentar esta diferença, quanto mais jovem a idade do grupo. A dor na face anterior do tórax, constritiva, intensa, com irradiação para o membro superior esquerdo, não-relacionada aos esforços, foi o achado mais freqüente. Palidez, sudorese e náuseas foram os sinais e sintomas secundários mais relatados pelos doentes. Angina de peito foi a principal suspeita dos doentes e/ou familiares, seguida da suspeita de afecções digestivas. A grande maioria dos pacientes sofreu ataque cardíaco em domicílio e em repouso. Em 26,3% dos doentes, a suspeita foi de doença benigna. A média de tempo entre o início dos sintomas e a chama da ao Pronto Socorro Cardiológico (PSC) foi superior a 60 minutos. A demora da ambulância foi, em média, de 8 minutos. A demora para o internamento na Unidade Coronária de Tratamento Intensivo (UCTI) foi superior a 3 horas. Todavia, quando o doente recebeu atendimento em domicílio por Unidade Coronária Móvel, este lhe foi prestado em menor tempo, se comparado ao dos doentes que procuraram o PSC, e foram imediatamente internados. Cinqüenta por cento dos atendimentos efetuados pelo PSC ocorreram dentro da primeira hora do início da dor e 66,2% em 2 horas. A comparação entre os estudos prospectivo e retrospectivo realizados demonstrou dados semelhantes, quanto aos intervalos de tempo no atendimento. Não houve Óbito durante o transporte de doente monitorizado. A incidência de morte dentro dos primeiros 15 minutos do início dos sintomas foi de 52,7% (óbitos fora do hospital). Para o total de 29 casos de óbitos na fase aguda, 44,8% verificaram-se na primeira hora é 51,7%, na segunda. Sessenta por cento dos pacientes que foram a óbito, na fase aguda, na UCTI, não apresentavam arritmias ao primeiro exame. Morte súbita ocorreu em 83,0% dos 29 pacientes que faleceram na fase aguda. A porcentagem de morte fora do hospital, para os 80 casos estudados, foi de 23,7%. Ao primeiro exame, as arritmias cardíacas não foram detectadas em 57,4% dos doentes. A ex tr a-s is to li a ventricular isolada foi a arritmia mais freqüente. As características da crise cardíaca não foram significativas em relação a mortalidade da doença. Suspeita diagnostica, local de ocorrência e atividade dos doentes não foram fatores significativos no estudo comparativo entre mortos e vivos. A bradiarritmia detectada foi significativa nos casos fji tais. A análise estatística não demonstrou significância para as localizações do infarto do miocárdio, como causa de maior mortalidade. A alta incidência de mortalidade no ataque cardíaco implica na necessidade de meios de divulgação sobre a crise cardíaca, para esclarecimento publico, e a atitude a se tomar frente a uma doença grave. Visa-se, assim, aos aspectos médico-sociais da enfermidade, procurando-se divulgar conhecimento para sua identificação correta e buscando-se os meios adequados para o atendimento imediato em tais eventualidades. Realiza-se, então, salutar integração Universidade - Medica-Comunidade, somando-se esforços para se preservar a Saúde.
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- Teses & Dissertações [9267]