Cristãos em confronto : discórdias entre intelectuais religiosos num estado não confessional (Brasil, 1890-1960).
Abstract
Resumo: A tese discute os confrontos entre intelectuais católicos e protestantes (batistas e presbiterianos) entre o final do século XIX, quando o Estado se declarou não confessional, e a segunda metade do século XX. Após a Proclamação da República no Brasil (1889), assegurou-se a liberdade de expressão religiosa a todos os credos, dando às igrejas e denominações de confissão cristã a oportunidade de inserção, permanência e desenvolvimento de suas atividades. Com a expansão territorial, atrelada ao poder político-religioso, um modelo de cristianismo eurocêntrico chegou ao Brasil com os conquistadores portugueses. Com idas e vindas, o cristianismo continuou a avançar por todo o território brasileiro, difundido pelos padres do catolicismo, como também pelos imigrantes europeus e missionários estadunidenses, que desembarcaram com o objetivo de converter os católicos ao protestantismo. Antes da mudança de regime político ocorrida no final do século XIX, os protestantes limitavam as suas práticas religiosas, prioritariamente, às colônias que foram constituídas por eles, o que não significa dizer que não houve um tipo de trabalho conversionista entre os brasileiros. Após a Proclamação da República e, sobretudo, com o que ela significou (liberdade de expressão religiosa e garantias de culto), os intelectuais e escritores católicos e protestantes passaram a se confrontar mais aberta e intensamente, produzindo textos, artigos e livros sobre como as igrejas e denominações cristãs pensavam e praticavam as suas crenças. Defendê-las, portanto, foi fundamental. Num período quando os setores sociais se adaptavam às condições políticas implantadas no país, católicos e protestantes buscavam implantar projetos distintos de cristianização dos brasileiros, num esforço de (re) organização e expansão de suas atividades religiosas. Os intelectuais religiosos de confissão católica e protestante, representantes dos Cristãos em Confronto, desenvolveram as discórias religiosas, em maior ou menor intensidade, até a década de 1960, quando o catolicismo acenou com uma intenção de dialogar com outras religiões (Concílio Vaticano II, 1962-1965), enquanto os batistas se voltavam para os grandes eventos de evangelização em massa e os presbiterianos abandonavam o calor das discórdias, para promover, entre outros projetos, o que passou a ser conhecido como ecumenismo cristão. Abstract: The thesis discusses the clashes between the Catholic and Protestants intellectuals (Baptists and Presbyterians) between the end of the nineteenth century, when the State declared itself nondenominational, and the second half of the twentieth century. After the Proclamation of the Republic in Brazil (1889), the freedom of religious speech to all beliefs was assured, giving the churches and denomination of Christian confession, the opportunity of insertion, permanence and development of its activities. With the territorial expansion linked to the religious political power, a model of Eurocentric Christianity arrived in Brazil with the Portuguese conquerors. With the comings and goings, Christianity continued to advance through all the Brazilian territory, disseminated by the Catholic priests, as well as by the Europeans immigrants and American missionaries, which arrived with the goal to convert the Catholics into Protestants. Before the change of the political regime that occurred in the late nineteenth century, the Protestants limited their religious practices, foremost to the colonies that were formed by them, which does not mean that there was not a type of conversion work among the Brazilians. After the Proclamation of the Republic and, overall, with what meant (freedom of religious speech and guarantees of worship) the Catholic Intellectuals and writers and the Protestants began to confront more openly and intensely, producing text, articles and books about how the churches and Christian denomination thought and practiced their beliefs. To defend them, therefore, was fundamental. In a period when the social sectors adapted to the political condition established in the country, Catholics and Protestants sought to implement distinct projects of Christianization of the Brazilians, in an effort to (re) organize the expansion of their religious activities. The religious intellectuals of Catholic and Protestant confession, representatives of the Christians in Confrontation, developed the religious dissension, in a grater or lesser intensity, until the 1960s, when the Catholicism waved with an intention to dialogue with other religions (Vatican Council II), while the Baptist turned to the great mass evangelism events and the Presbyterians abandoned the heat of strife, to promote, among other projects, what turned out to be known as Christians ecumenism.
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- Teses & Dissertações [10359]