Morfologia funcional de duas espécies epífitas de Cactaceae
Date
2011-08-17Author
Garcia, Sikandra Lis Fonseca Paulinelli
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Tesesxmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-type
DissertaçãoAbstract
Resumo: Os gêneros Rhipsalis e Lepismium (Cactaceae) são bem representados na flora brasileira, compostas, em sua maioria por representantes epífitos, sendo encontradas em florestas tropicais e subtropicais úmidas. Esse estudo teve como objetivos 1) caracterizar morfologicamente as duas espécies, Lepismium lumbricoides (Lem.) Barthlott e Rhipsalis floccosa Salm-Dyck ex Pfeiff, 2) identificar, entre as características morfológicas estudadas, aquelas adaptadas ao xeromorfismo, típicas do grupo e 3) identificar, dentre as características morfológicas estudadas, aquelas adaptadas às condições de epifitismo e baixa intensidade luminosa na Floresta Ombrófila Mista. Trinta indivíduos de cada espécie foram coletados no Bosque do Jardim Botânico e no Bosque Reinhard Maack, dois remanescentes de Floresta Ombrófila Mista, Curitiba, PR. Para cada indivíduo, foram avaliados os seguintes parâmetros: comprimento, diâmetro, massa seca e fresca, índice de água, área e volume, densidade estomática e areolar dos caules. Parte do material foi fixado em FAA 70 e conservado em etanol 70%. Posteriormente, lâminas permanentes foram preparadas para análise anatômica das secções transversais e longitudinais do caule, além da mensuração da espessura dos tecidos e percentagem de tecido lignificado. As duas espécies mantêm características típicas de Cactaceae, independente do ambiente ombrófilo onde se desenvolvem, como a presença de epiderme com cutícula espessa (apesar de ser considerada pouco espessa quando comparada com outras cactáceas), hipoderme colenquimática e feixes vasculares corticais. Contudo, as espécies de cactáceas epífitas sofreram algumas modificações para se adaptarem às condições de alta umidade e baixa incidência luminosa, como baixa densidade estomática, hipoderme pouco desenvolvida, ausência de parênquima paliçádico e de costelas. Adaptações ao hábito epifítico estão relacionadas à redução do tecido mecânico e do grau de suculência. Entretanto, embora o epifitismo represente uma condição de estresse nutricional e hídrico, o fato destas plantas evolutivamente pertencerem a um grupo adaptado à condição xerofítica pode ter possibilitado a redução das características xeromorfas, levando ao aparecimento de toda uma linhagem especializada ao hábito epífito.
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