Zoneamento de risco de incêndios em povoamentos florestais no norte de Santa Catarina
Resumo
Este trabalho foi desenvolvido em Três Barras-SC, em uma região composta por plantios de pinus, eucalipto, araucária e vegetação nativa, tendo como objetivo fazer o zoneamento de risco de incêndio considerando o efeito integrado da presença humana, cobertura vegetal, quantidade de material combustível, declividade do terreno, orientação das encostas e ventos predominantes. Para esta análise utilizou-se um Sistema de Informações Geográficas (SIG). A presença humana na região foi identificada a partir das ortofotos existentes e cadastro em campo. A cobertura vegetal foi obtida diretamente do banco de dados existente. Com relação ao material combustível, utilizaram-se modelos para estimar a carga acumulada sobre o piso da floresta quando se tratava de plantios de pinus e eucalipto, e valores de referência para áreas de corte raso e vegetação nativa. A declividade e a orientação das encostas foram extraídas a partir do modelo tridimensional do terreno. Os ventos predominantes foram identificados a partir da análise de registros meteorológicos diários e investigando-se também suas relações com a precipitação, umidade relativa e temperatura média do ar. As informações dos registros de incêndio foram reunidos em uma planilha (data, região/talhão atingido, causa, área queimada, duração, força de combate). Nesta planilha foram agregadas informações sobre as variáveis em estudo para todos os talhões atingidos. A partir da análise desta planilha observou-se que todos os incêndios ocorridos no período de 1984 a 2001 se deveram à ação humana e a área queimada média foi inferior aos valores médios encontrados para o estado (SC) e para o país. Em seguida, com base na revisão bibliográfica e nos dados coletados, foram preparadas tabelas de classificação segundo o risco de incêndio para cada uma das variáveis em estudo. Estas tabelas foram aplicadas a cada um dos mapas donde surgiram os mapas de risco preliminares. A análise da presença humana na região indicou que 27,7% da área sofre algum tipo de influência. Considerando a cobertura vegetal, observa-se que 66% da área foi classificada como risco extremo correspondendo aos plantios de pinus. Segundo o material combustível, cerca de 38,7% da área apresentou risco alto e aproximadamente 50% risco moderado. Com relação à declividade do terreno observou-se que a maioria da área (99,6%) apresentou risco nulo e baixo. Analisandose a orientação das encostas, observou-se que as áreas que apresentaram maior risco estão voltadas para as direções N (risco extremo), NW e W (Risco muito alto) e NE (risco alto), que correspondem a 50% da área total. Considerando os ventos predominantes observou-se que 25,2% da área total estava sob influência de ventos NE e NW, com características aparentemente mais secas e 14,5% da área está sob influência de ventos SE e SW com características aparentemente mais úmidas. Na seqüência, com a aplicação de uma análise de correlação foram definidos os pesos de cada uma das variáveis. Os mapas foram sobrepostos e o resultado deste cruzamento de informações resultou no zoneamento de risco. De acordo com o modelo de ponderação proposto, observou-se que a maioria da área se encontrava classificada como risco baixo (51,7%) e moderado (29,2%). Entretanto, os resultados obtidos a partir da integração dos mapas de risco preliminares são muito sensíveis às variáveis utilizadas na análise e aos pesos atribuídos. Palavras chave: Incêndios florestais; Zoneamento; Sistemas de Informação Geográfica; Proteção Florestal.
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