A última quimera : entre a ficção e a história
Resumo
Resumo: A tendencia de criar obras em que a ficção e a história se mesclam é perceptível nas produções literárias contemporâneas brasileiras bem como nas de outros países. Dentro desse interesse pelo passado, uma particularidade vem se firmando: a de fiecionalizar personalidades da historia da literatura. Este trabalho tem por objetivo analisar A última quimera, obra cuja autora, Ana Miranda, ficcionaliza o poeta Augusto dos Anjos. Para tanto, primeiramente fez-se necessária uma reflexão sobre as semelhanças e diferenças entre os discursos histórico e ficcional. Na tentativa de compreender melhor o texto da autora, o passo seguinte foi o de repensar os conceitos de romance e de romance histórico, principalmente por ser bastante visível o parentesco entre as produções ficcionais de caráter histórico na atualidade e o romance histórico do século XIX. Apesar das similaridades com o romance mais tradicional, obras como A última quimera apresentam inovações no modo de narrar que as aproximam do pósmoderno, por isso receberam por parte de alguns teóricos novas denominações, de modo que tentei compará-la com o que foi proposto como traço distintivo por dois teóricos em especial. Na segunda parte do trabalho, passei ao estudo propriamente dito do texto, buscando compreender como o personagem Augusto dos Anjos havia sido construído. 'A forma de um mamífero vetusto', modo como o próprio Augusto se caracterizou, e como a crítica literária acabou de certa forma oficializando, não foi contestado na narrativa. Em 'Os fantasmas harnléticos dispersos' estão os três poetas cujas trajetórias se entrecruzam: Augusto, Olavo Bilac e o narrador. A seguir, em 'A sereia falaciosa', há a análise do discurso histórico presente na obra e, na seqüência, o universo feminino do princípio do século delineado pela autora. Percebendo a obra como um 'leão feito de carneiros assimilados', ou seja, como um discurso composto de vários outros, analisei o modo como esses foram colaborando D ar3. A 111 anuícncao d.A visão estereotipada de Augusto dos .Anjos e ao mesmo tempo foram sutilmente nos colocando diante do questionamento da instauração do cânone literário.
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