Avaliação da memória espacial em pacientes portadores de Epilepsia com esclerose hipocampal
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Data
2008Autor
Rocha, Samanta Fabricio Blattes da
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A Epilepsia do Lobo Temporal (ELT) tem sido associada a vários distúrbios cognitivos, dentre os quais o mais estudado é a memória. Descreve-se na literatura alterações da memória verbal na Epilepsia do Lobo Temporal Esquerdo (ELTE) e da memória não verbal (visual e espacial) na Epilepsia do Lobo Temporal Direito (ELTD). Muitas teorias vêm se desenvolvendo com o intuito de se compreender como funciona a memória espacial, dentre elas a teoria do mapeamento espacial. Estudos sugerem (KESSELS et al., 2001) que a capacidade de aprendizagem de relações métricas euclidianas seria a etapa do processo da memória espacial dependente do funcionamento do hipocampo direito. Nunn et al. (1998) utilizou um teste de aprendizagem espacial com desenhos abstratos encontrando disfunções em pacientes submetidos a Lobectomia Temporal Direita (LTD). Por outro lado trabalhos recentes (JAMUS; MADER, 2005) sugerem que o uso da Figura Complexa de Rey (CFT) não discrimina adequadamente entre disfunções do lado direito e do lado esquerdo por ser este um teste facilmente verbalizável. Nosso estudo teve por objetivo avaliar pacientes com EMTD e EMTE através de uma versão modificada do teste utilizado por Nunn, para verificar a sensibilidade deste instrumento em pacientes não operados. Outro objetivo foi comparar os resultados obtidos com as queixas relatadas pelos paciente através do uso de um questionário de auto-avaliação da memória (MASQ – questionário de auto-avaliação da memória (Multiple Ability Self-Report Questionnaire). 24 sujeitos (10 EMTD, 7 EMTE e 7 GC) compuseram a amostra deste estudo, equiparados em termos de faixa etária e escolaridade. A aplicação do teste foi acrescida de sub-testes da Bateria WAIS (Vocabulário, Semelhanças, Completar Figuras e Cubos) além de testes de memória verbal (Memória Lógica, da Bateria WMS), teste de memória visuo-espacial (CFT) e questionário de avaliação de efeitos colaterais farmacológicos (AEP-Adverse Events Profile). Nossos resultados mostraram um efeito significativo no teste de memória espacial na etapa de localização tardia de posições espaciais para o grupo com ELTD tanto em comparação com o GC quanto em comparação com o grupo com ELTE. Nas outra etapas do teste o desempenho dos três grupos foi similar (aprendizagem visual, e reconhecimento e evocação visual tardia). Adicionalmente observou-se com o uso da CFT alteração da função no grupo com ELTD em relação ao GC, mas não em relação ao grupo com EMTE. Além disto O uso do MASQ não auxiliou da discriminar déficits de memória verbal ou visual. Nosso estudo corrobora a teoria de que a aprendizagem de relações métricas euclidianas está afetada em sujeitos portadores de ELTD e que o uso do teste auxilia a discriminar entre disfunção do LTD e LTE mesmo em paciente não submetidos à LTD. Temporal lobe epilepsy has been associated to several cognitive disorders among which memory deficits are distinguished. It has been well described the verbal memory deficit in the Left Temporal Lobe Epilepsy and the nonverbal memory deficit in the Right Temporal Lobe Epilepsy (visual and spatial). There are several theories about how the spatial memory works. Among them the spatial map theory has a large evidence. Some papers (Kessels, 2001) has demonstrated that the learning of positional metric (Euclidean) informations is a part of the process involved with spatial memory that depends on the right hippocampal system. Nunn et al. (1998) used a spatial memory task with eight abstracts designs and found a disfunction on a Right Temporal Lobectomy (RTL) group. On the other hand, recent studies has been demonstrated that Rey Complex Figure Test (CFT) has a poor discrimination between the right and left temporal lobe disfunction, due to the facility to require verbal encoding strategies. Our objective was to evaluate RMTL and LMTL patients through the modified version of the task used by Nunn to verify its sensitivity with patients without temporal lobectomy. Another point was comparing the results concerned to the memory and complaints associated with this function reported by the patients. The Multiple Ability Self-Report Questionnaire (MASQ) was selected for this pourpose. Twenty-four subjects were selected (10 RMTL, 7 LMTL and 7 normal control) for this study, matched by age and school degree. Also four subtests of WAIS (Vocabulary, Similarities, Picture Completion and Block Design) were included, as well the Logical Memory (a verbal memory task of WMS), the CFT and a self-report side-effect questionnaire (Adverse Events Profile). Our results showed a significant difference between the three groups overall on the delayed spatial metric location, and showed that the RTML group demonstrated a signifficantly greater displacement than controls and LTML groups. The others measurements showed no important difference (visual learning, recognition and delayed visual recall). The MASQ self-report also did not contribute for visual or verbal memory deficits discrimination. Our study corroborates the idea that positional memory (measured by delayed metric spatial memory) is affected in the RTML group only. The procedure supports the notion that we can differenciate RTL and LTL disfunction using this neuropsychological instrument even in those patients without temporal lobectomy.
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