Avaliação morfológica e funcional de macrófagos de ratos wistar diabéticos suplementados com lecitina de soja
Resumo
O diabetes mellitus não controlado apresenta como conseqüências a
dislipidemia e a maior suscetibilidade a infecções fúngicas e microbianas. A lecitina
de soja, um lipídeo rico em fosfatidilcolina, é utilizada por diabéticos para a redução
dos lipídeos plasmáticos. Sabendo-se que a funcionalidade dos macrófagos é alterada
pelos lipídeos da dieta, sugere-se que a lecitina module a funcionalidade dessas
células do sistema imunitário. Para investigar tal hipótese, avaliou-se a morfologia e a
funcionalidade de macrófagos peritoneais de ratos Wistar diabéticos, bem como
alguns dos possíveis mecanismos envolvidos nessas alterações. Para a indução do
quadro de diabetes administrou-se estreptozotocina (60 mg/kg peso corporal) por via
endovenosa. Após 48 h iniciou-se a suplementação diária com lecitina de soja (2 g/kg
peso corporal), por 21 dias. Os animais que receberam estreptozotocina apresentaram
hiperglicemia, hipertriacilglicerolemia, bem como ganho de peso inferior ao
observado para o grupo controle. A morfologia dos macrófagos, avaliada por
microscopia eletrônica de varredura, foi modificada após tratamento com lecitina,
observando-se aumento de tamanho celular e do número de lamelipódios. A lecitina
também aumentou a capacidade de adesão e de fagocitose, o volume lisossomal e a
produção de óxido nítrico e de ânion superóxido de macrófagos de ratos diabéticos. A
atividade da catalase, uma enzima antioxidante, mostrou-se diminuída neste mesmo
grupo. Sugere-se que os efeitos moduladores da lecitina ocorram pela alteração da
produção de mediadores lipídicos, como o PAF-like, já que a suplementação com este
lipídeo não modificou a concentração de lipídeos séricos e a incorporação de ácidos
graxos pelos macrófagos, tanto dos lipídeos totais quanto da fração de fosfolipídeos.
Em conclusão, a suplementação da dieta com lecitina de soja modifica a morfologia e
funcionalidade de macrófagos de ratos Wistar diabéticos, indicando um papel
importante da fosfatidilcolina. Diabetes induces chronic complications such as dyslipidemia and highly
susceptibility to microbial and fungal infections. Soybean lecithin, a
phosphatidylcholine rich lipid, has been used by diabetics to reduce lipemia. Many
studies have investigated the effects of the lipids in the diet upon macrophage
function. Thus, it is reasonable to suggest that lecithin modify immune cell function.
To investigate this hypothesis, morphology and peritoneal macrophage function from
diabetic Wistar rat was evaluated, as well as some possible mechanisms involved.
Diabetes was induced by intravenous injection of 60 mg/kg streptozotocin (STZ).
After 48 hours lecithin supplementation (2 g/kg) was carried out for 21 days. STZ
induced-diabetic rats presented hyperglycemia, hypertriacylglycerolemia and lower
body weight gain. Using scanning electron microscopy, it was shown that lecithin
supplemented groups exhibited increased number of lamellipodia and macrophage
size. Additionally, lecithin supplementation induced an increase in adhesion,
phagocytosis, lysosomal volume and in nitric oxide and superoxide production by
macrophages from diabetic rats. However, the catalase activity was diminished in this
group. We suggest that immunomodulatory effects of lecithin occur by modified
production of lipid mediators such us PAF-like, as soybean lecithin was not able to
modify serum lipids levels and fatty acid content of macrophages both total lipids and
phosphatidylcholine fraction. In conclusion, soybean lecithin supplementation modify
morphology and macrophage function from diabetic Wistar rats, indicating a main
role of phosphatidylcholine.
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